quarta-feira, 30 de maio de 2012




"Os livros não matam a fome, não suprimem a miséria, não acabam com as desigualdades e com as injustiças do mundo, mas consolam as almas, e fazem nos sonhar." (Olavo Bilac)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mercado publicitário cresceu 8,8% em 2011

O Globo 
Digital & Mídia - Publicidade 

Ritmo é maior do que o avanço do PIB. Casas Bahia, Unilever e Ambev são os maiores anunciantes do ranking 

Ronaldo D’Ercole
ronaldod@sp.oglobo.com.br 

SÃO PAULO. Mesmo com a economia perdendo fôlego em relação a 2010, o mercado publicitário brasileiro conseguiu crescer 8,8% no ano passado, taxa três vezes maior que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que foi de 2,7%. Os investimentos na compra de espaço pelos anunciantes nos veículos de comunicação (TV, jornais, revistas, internet, etc.) totalizaram R$ 28 bilhões, contra R$ 25,7 bilhões no ano anterior.

E o bolo total do mercado publicitário — que, além da mídia, inclui investimentos em produção, design, comissões das agências entre outros custos — saltou de R$ 35,9 bilhões para R$ 39 bilhões.

Descontada a inflação medida pelo IPCA, de 6,5%, o setor conseguiu 2,3% de expansão real em 2011. 

— Se considerarmos que o PIB teve um desempenho fraco e que 2010 havia sido um ano fantástico (quando o mercado crescera 17,7%), o mercado publicitário foi muito bem — diz José Carlos de Salles Neto, presidente do grupo Meio & Mensagem, que divulga nesta semana o Ranking de Agências e Anunciantes 2011.

Na lista das maiores agências do país, a Young & Rubbican continuou com folga na liderança que ostenta há anos, graças em grande parte à conta da Casas Bahia, que, não por acaso, novamente aparece no topo do ranking de anunciantes. As surpresas ficaram com a segunda colocada, a Ogilvy Brasil, que ampliou seus negócios com a criação da 9ine, seu braço no marketing esportivo, capitaneada pelo ex-jogador Ronaldo — e que, de saída, já atraiu grandes clientes como a Procter & Gamble e a Ambev, entre outros —, e com o lançamento da David, uma nova agência.

Por uma pequena margem no volume de investimentos, a Ogilvy superou a Almap BBDO, que caiu do segundo para o terceiro posto.

Ao consolidar os negócios das agências Salles Chemistri e da GP 7, a Publicis PBC tomou o lugar da Africa, do grupo ABC, do publicitário Nizan Guanaes, na décima posição do ranking. Assim, o ranking de 2011 não traz nenhuma agência genuinamente brasileira entre as dez maiores — todas agora têm um sócio estrangeiro.

Rio se destaca entre anunciantes de governo

Na lista dos maiores anunciantes, Casas Bahia (com investimentos de R$ 1,26 bilhão), Unilever (R$ 995 milhões) e Ambev (R$ 516,3 milhões) se mantiveram no topo. Com aumento de 50% nos investimentos publicitários que somaram R$ 447,5 milhões, a Cervejaria Petrópolis, dona da Itaipava, saiu da nona para a quarta posição, posto que a Hyundai perdeu por ter reduzido em 24% seus investimentos.

Mesmo tendo ampliado apenas 2% sua verba, a Caixa Econômica Federal manteve-se como o quinto maior anunciante do país, e é o único banco que aparece entre os top dez.

Entre os chamados anunciantes de governo, o Rio de Janeiro destaca-se por aumentos expressivos nas verbas publicitárias tanto na esfera estadual, como na municipal. Com um incremento de 52% nos seus investimentos, que somaram R$ 29,6 milhões, o governo do Estado do Rio saltou da 14+ para a sexta posição no ranking do Meio & Mensagem, enquanto a Prefeitura subiu do 26, posto para o 11,, graças a um aumento de 112% em suas verbas publicitárias, de R$ 24,8 milhões em 2011.

Na esfera federal, o Ministério da Educação saltou do quarto para o primeiro posto, desbancando a pasta da Saúde.

V Congresso da Indústria da Comunicação no BR

                                                      V Congresso da Indústria da Comunicação

domingo, 27 de maio de 2012

Bebês já nascem em busca de comunicação


Capacidade de interagir com os pais e outras pessoas é a primeira forma de manifestação da inteligência de
crianças

Natalie Angier
Do New York Times

Sentada em uma sala de monitoramento no Laboratório para Estudos de Desenvolvimento da Universidade
de Harvard, Elizabeth Spelke, professora de psicologia e pesquisadora dos elementos que formam o
conhecimento humano, olhava com expectativa enquanto seus estudantes preparavam uma menina de 8
meses de idade para a tarefa de assistir a desenhos animados. Os vídeos mostravam personagens pulando,
correndo e dançando de um grupo para o outro. O objetivo da pesquisadora neste projeto, assim como em
outros similares em andamento no laboratório, era explorar o que crianças entendem sobre grupos e
expectativas sociais.

No entanto, mesmo antes de a gravação começar, o bebê que participava da pesquisa deixou claro o escopo

do seu cérebro social. Ela acompanhava as conversas, fitava os recém-chegados e sorria. Elizabeth, que se
destacou no meio acadêmico ao determinar como as crianças aprendem sobre objetos, números e
configuração espacial, demonstrou todo o seu espanto:

- Por que demorei 30 anos para começar a estudar isso? Durante todo este tempo, eu estive dando às
crianças objetos para segurar ou observei como elas exploram um quarto, quando o que elas queriam fazer
era se envolver com outras pessoas - comentou.- Por que demorei 30 anos para começar a estudar isso? Durante todo este tempo, eu estive dando às crianças objetos para segurar ou observei como elas exploram um quarto, quando o que elas queriam fazer era se envolver com outras pessoas - comentou.

Linguagem é o nosso ingrediente secreto

Para Elizabeth, a melhor forma de determinar o que os humanos nascem sabendo, se há algo que nascemos
sabendo, é ir direto na fonte e consultar os recém-nascidos. Ela é uma pioneira no uso do olhar infantil como uma chave para suas mentes - isto é, identificar as expectativas inerentes a bebês com menos de uma
semana ou duas, medindo quanto tempo eles olham para uma cena em que tais pressupostos estão ou não
satisfeitos.

Considerada uma das maiores especialistas do mundo em desenvolvimento da inteligência, Elizabeth diz que
uma das coisas que os bebês sabem, geralmente antes de completar 1 ano, é o que é um objeto. Se você
mostra a um bebê uma haste que parece ser sólida e se move para frente e para trás, ele se mostrará
surpreso quando o objeto for removido e a haste se revelar como sendo, na verdade, dois fragmentos.
Crianças também sabem que os objetos não podem ultrapassar fronteiras sólidas ou ocupar a mesma
posição de outros corpos, e que eles geralmente viajam pelo espaço numa trajetória contínua.

O ser humano nasce com a capacidade de estimar quantidades e diferenciar entre mais e menos. Mostre a
bebês coleções de quatro ou 12 unidades e eles vão relacionar a cada número um som. Eles também usam
pistas geométricas para se orientar no espaço: "a sala é quadrada ou retangular? O brinquedo foi deixado em um canto esquerdo com parede curta ou longa?" Mas não se saem bem ao usar marcadores espaciais ou objetos de decoração para encontrar um caminho. Com 5 ou 6 anos, começam a aumentar as estratégias com questões como: "o brinquedo foi deixado num canto cuja parede esquerda é vermelha e não branca?".

Mais recentemente, Elizabeth e seus colegas começaram a identificar algumas das definições iniciais de
inteligência social infantil. Crianças com poucas semanas de idade mostram uma clara preferência por
pessoas que usam padrões de fala aos quais já foram expostas, e que incluem sotaques fortes. Um bebê olha por mais tempo para quem fala com o jeito específico de sua cidade. Ao guiar as primeiras tendências sociais, o sotaque é mais importante que a cor da pele. Um bebê americano branco aceitaria comida mais facilmente de uma pessoa negra que fala inglês do que de um francês branco, e uma criança de 5 anos preferiria ser amiga de uma criança de outra cor que soasse como uma local do que de uma da mesma cor e que tenha um sotaque estrangeiro.

Outros pesquisadores no laboratório de Elizabeth estão estudando se bebês esperam coerência
comportamental entre membros de um mesmo grupo - o personagem azul deve pular como os outros
personagens azuis, em vez de correr, como os amarelos; se esperam que outras pessoas se comportem de
forma sensata - se for tocar um brinquedo, vá direto a ele, em vez de tatear o ambiente; e como os bebês
decidem se um objeto novo tem relação com outros agentes - ele é pequeno, se move ou é inerte?
Elizabeth também está tentando entender como os domínios fundamentais da mente humana interagem para
produzir nossa inteligência. A pesquisadora propõe que a linguagem humana é o ingrediente secreto, o
catalizador cognitivo, que permite que nossos módulos numéricos, arquitetônicos e sociais unam forças,
troquem ideias e nos levem a fazer coisas incríveis.decidem se um objeto novo tem relação com outros agentes - ele é pequeno, se move ou é inerte?

Elizabeth também está tentando entender como os domínios fundamentais da mente humana interagem para
produzir nossa inteligência. A pesquisadora propõe que a linguagem humana é o ingrediente secreto, o
catalizador cognitivo, que permite que nossos módulos numéricos, arquitetônicos e sociais unam forças,
troquem ideias e nos levem a fazer coisas incríveis.

- O que é especial sobre a linguagem é seu poder de fazer combinações produtivas. Podemos usá-la para
combinar qualquer coisa com qualquer coisa - explica.

Ela diz que crianças começam a integrar o que sabem sobre o formato do ambiente e os marcadores de lugar apenas com a idade em que começam a dominar a linguagem espacial e palavras como esquerda e direita.

No entanto, reconhece, suas ideias sobre a linguagem como o consolidador central da inteligência humana
permanecem sem comprovação e contenciosas. Enquanto testa suas teorias, a pesquisadora conta com a
admiração de colegas do meio acadêmico:

- O que ela está fazendo é o que Descartes, Kant e Locke tentaram fazer - diz Steven Pinker, renomado
professor de Harvard.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Facebook tem o maior IPO entre empresas de internet nos EUA


Rede social estreia na bolsa de valores e arrecada US$ 16 bilhões.
Veja tabela das maiores ofertas públicas de ações da área de internet.

Do G1, em São Paulo
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EmpresaValor arrecadado com o IPOValor de mercado atual da companhia
FacebookUS$ 16 bilhões, em 2012US$ 104 bilhões
GoogleUS$ 1,67 bilhão, em 2004US$ 205 bilhões
Yandex N.V.US$ 1,3 bilhão, em 2011US$ 7 bilhões
Infonet ServicesUS$ 1,07 bilhão, em 1999Não está mais negociando na bolsa.
Shanda Games LimitedUS$ 1,04 bilhão, em 2009US$ 1,25 bilhão
ZyngaUS$ 1 bilhão, em 2011US$ 6,12 bilhões
Giant Interactive GroupUS$ 887 milhões, em 2007US$ 1,17 bilhão
Renren Inc.US$ 743 milhões, em 2011US$ 2,41 bilhões
GrouponUS$ 700 milhões, em 2011US$ 8 bilhões
Orbitz WorldwideUS$ 510 milhões, em 2007US$ 356 milhões
barnesandnoble.comUS$ 450 milhões, em 1999US$ 1,1 bilhão
Facebook estreia na bolsa de valores nesta sexta-feira (18) no que deve ser considerado o maior IPO (oferta pública inicial das ações, em inglês) da história das empresas de internet dos Estados Unidos. As ações foram oferecidas ao preço incial de US$ 38, o que rendeu US$ 16 bilhões à companhia. A rede social agora é avaliada em US$ 104 bilhões.
O valor arrecadado coloca o IPO do Facebook acima das ofertas iniciais de empresas como Google, Zynga e Groupon (Veja a lista completa ao lado, com dados da Renaissance Capital). A oferta da rede social também é a terceira maior já feita por uma empresa nos EUA, segundo a Renaissance Capital.
Na lista de maiores IPOs do mundo, o Facebook ficou em 7º lugar. Segundo a Renaissance Capital, a ABC Bank teve o maior IPO da história mundial, arrecadando US$ 19,228 bilhões. Em seguida estão ICBC Bank (US$ 19,092 bilhões), NTT Mobile (US$ 18,099 bilhões), Visa (US$ 17,864 bilhões) e AIA (US$ 17,816 bilhões).
A estreia do Facebook na bolsa de valores segue um período de pouco mais de três meses desde que a rede social apresentou os documentos necessários para o IPO à Securities and Exchange Commission, que equivale à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil.
Zuckerberg participou de uma espécie de tour para falar com os investidores e o valor de venda das ações foi fixado em US$ 38. Entre as instituições envolvidas na oferta do Facebook estão Morgan Stanley, JP Morgan, Goldman Sachs, Bank of America, Barclays e Allen & Co.
O Facebook foi fundado em fevereiro de 2004 nos dormitórios dos alunos na Universidade de Harvard por Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskovitz e o brasileiro Eduardo Saverin. Já no meio de 2004, a rede social recebeu sua primeira rodada de investimentos, feita por Peter Thiel, no valor de US$ 500 mil. O nome inicial do site era Thefacebook.
Atualmente o Facebook tem sua sede em Menlo Park, na Califórnia, e 3.200 funcionários.
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Entenda o que é um IPO
IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial, que equivale à abertura de capital de uma empresa) é o primeiro lançamento de ações de uma empresa para o público. Por meio do IPO, é oferecida uma “fatia” da empresa a novos investidores, que passarão a ser sócios dela. Para a empresa, o objetivo é captar novos recursos.
Nessa oferta inicial, as ações são vendidas aos investidores por um preço fixado pela empresa, que é determinado por uma série de fatores, entre eles o tamanho da procura, a expectativa de lucros etc. A partir do IPO, as ações passam a ser negociadas em bolsa de valores.
 Futuros milionários
O quadro de funcionários da rede social subiu de 700, no final de 2008, para mais de 3 mil em 2011. Como a empresa usa ações como forma de remuneração, fontes da agência Reuters disseram em dezembro passado que, mesmo sob uma estimativa conservadora, pode haver mais de 1 mil pessoas destinadas a receber mais de US$ 1 milhão em ganhos quando a empresa abrir seu capital.
Os primeiros funcionários do Facebook, que receberam participações acionárias, e os primeiros investidores do setor de capital de risco receberão as maiores recompensas, afirma a reportagem. Estima-se que Zuckerberg detenha pouco mais de um quinto da companhia, de acordo com David Kirkpatrick, autor de "The Facebook Effect". Mas o dinheiro também beneficiaria engenheiros, vendedores e outros funcionários contratados mais tarde, já que a maioria recebe salários e mais alguma forma de remuneração relacionada a ações.
O Facebook foi fundado em fevereiro de 2004 nos dormitórios dos alunos na Universidade de Harvard por Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskovitz e o brasileiro Eduardo Saverin. Já no meio de 2004, a rede social recebeu sua primeira rodada de investimentos, feita por Peter Thiel, no valor de US$ 500 mil. O nome inicial do site era Thefacebook.
Atualmente o Facebook tem sua sede em Menlo Park, na Califórnia, e 3.200 funcionários. Mark Zuckerberg é quem tem mais ações na companhia, com 56,9% (informações prévias ao IPO).

Mapa da inclusão digital - FGV/CPS

Campanha incentiva a circulação auditada de jornais e revistas


Com mais de 6,6 mil publicações, Brasil só tem 451 desse total verificadas


SÃO PAULO — As Associações nacionais de editores de jornais e de revistas (ANJ e Aner), e de anunciantes e de agências de publicidade, lançaram na quinta-feira uma campanha para expandir o número de veículos impressos com a circulação verificada no país. A ação tem como ponto de partida anúncios, que serão veiculados nos principais jornais e revistas do país, falando da importância da aferição da circulação dos veículos para o planejamento e os investimentos publicitários de empresas e governos.
A campanha envolverá também uma ação para tornar o serviço de verificação de circulação mais acessível a jornais e revistas de pequeno porte do interior do país. Existem hoje no Brasil cerca de 650 jornais com circulação diária (com edições em pelo menos quatro dias da semana) e quase 6 mil revistas, dos quais apenas 451 títulos têm seus números de circulação auditados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC).
O Conselho Executivo de Normas-Padrão (Cenp), entidade criada pelos veículos, agências e anunciantes, constituiu uma comissão técnica de mídia especializada para certificar empresas de auditoria que queiram realizar serviços de verificação de circulação.
— Todas as entidades representativas dos meios impressos, anunciantes, agências de publicidade e associações de mídias apoiaram a iniciativa e compreenderam a importância desse passo para que todos tenham acesso a mais veículos com circulação verificada — disse Caio Barsotti, presidente do Cenp.
Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), lembrou que o próprio IVC já vinha criando no país modelos “mais simples” e acessíveis a empresas jornalísticas de menor porte.


Normas do IVC serão usadas na iniciativa

Com as regras, periódicos de menor porte podem atrair maior número de anunciantes

SÃO PAULO.  Segundo Judith Brito, presidente da ANJ, havia uma preocupação com a capacidade financeira das empresas de mídia impressa de menor porte para suportar os custos com auditoria de circulação.

- Trabalhamos, então, para resolver esse problema - explicou Judith, que vê na atuação do Cenp na  capacitação de auditorias para a verificação de circulação "a comprovação da maturidade do mercado  brasileiro de comunicações".

Pedro Silva, presidente do IVC, explicou que o instituto transferiu todo o seu conhecimento de verificação de circulação, que é baseado em normas internacionais, para que o Cenp formulasse um processo próprio de  qualificação de empresas de consultoria.

- Há rigor técnico nessas normas, para que essas consultorias tenham números confiáveis ao mercado - explicou Silva.

Para o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, ainda vai levar um tempo para a  disseminação da verificação de circulação entre os veículos de menor porte. Em sua avaliação, contudo, a  adesão aos serviços de verificação deverá ser significativa, com maior profissionalização nas escolhas de  mídias pelos anunciantes.

- Ter o sistema de auditoria de circulação é algo fundamental para que as agências façam a escolha técnica de circulação de anúncios. É um passo formidável para os mercados regionais do Brasil, mercados menores  onde os veículos impressos terão alternativas para ter sua circulação auditada - afirmou João Roberto Marinho.

As métricas de eficácia são uma exigência cada vez mais comum dos anunciantes, observou Luiz Lara,  presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Por isso, é de se esperar um  movimento de adesão de novos veículos às medições de circulação.

- Quando se mede a circulação, se consegue verificar melhor a eficácia do veículo e se conquista a confiança dos anunciantes - disse Lara.- Quando se mede a circulação, se consegue verificar melhor a eficácia do veículo e se conquista a confiança dos anunciantes - disse Lara.

Só um terço dos brasileiros tem acesso a web



Índice de inclusão digital no país é a metade do argentino. Brasil ocupa a 63ª posição em ranking global

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS-FGV) e a Fundação Telefônica divulgaram ontem dados inéditos sobre o Brasil on-line no Mapa da Inclusão Digital. O processamento dos dados, com base no Censo 2010 e no Galloup World Poll (que realizou pesquisas em mais de 150 países), informa que a posição do Brasil no ranking global de acesso à internet, com 158 países, é a 63+. O município em que mais casas estão conectadas no país é São Caetano, em São Paulo, com índice de 74%. 
Segundo o Mapa, 33% dos brasileiros têm acesso à internet onde moram. Mas a taxa de conexão por domicílio põe o país em desvantagem entre as nações mapeadas, atrás de vizinhos como Argentina — com o dobro do índice alcançado pelo Brasil (66%) —, Chile (41%) e Uruguai (37%). No Egito, onde revoltas populares se apoiaram nas redes sociais on-line, a taxa é de 10%, e em Cuba, de 2%. No topo das nações conectadas estão Suécia (97%), Islândia (94%) e Dinamarca (92%). Holanda (91%) e Cingapura (89%) também aparecem entre os dez mais conectados, na frente de potências econômicas como os Estados Unidos (85%). Se São Caetano, no interior de SP, é destaque nas conexões, há pequenas cidades brasileiras, como Aroeiras de Itaim, no Piauí, e Santo Amaro do Maranhão, em que o índice é igual a zero. 
Os dois estados têm vários de seus municípios na lanterna, sem sinais de avanço. Entre as capitais brasileiras, Florianópolis (SC), com a maior proporção de habitantes da classe A, tem alta taxa de conexão (61%), seguida por Curitiba e Palmas (59% cada), Brasília (56%) e Porto Alegre (55%). Nos estados, o Distrito Federal lidera no índice (58%), seguido de São Paulo (48%), Rio de Janeiro (43%), Santa Catarina (41%) e Paraná (38%). 
— A internet está nas classes A e B. Que tem infraestrutura, computador e mais anos de estudo — diz Marcelo Neri, pesquisador do CPS-FGV e coordenador da pesquisa. No Rio, nas áreas nobres da Barra da Tijuca (principalmente no entorno da orla), 93,9% dos moradores têm acesso à internet. É quase uma Islândia. Já em Rio das Pedras, favela vizinha ao bairro da Zona Oeste, que possui o menor percentual da cidade (21%). 
Taxas elevadas de conexão à web também são observadas no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas (92%), e nas orlas do Recreio dos Bandeirantes (90,1%) e do Leblon (86,7%). 
Entre as razões para a exclusão digital no país, o desinteresse chama atenção. Cerca de 33% dos entrevistados disseram que “não achavam necessário ou não quiseram” usar a internet. Outros 31% não sabiam usar e 29% não tinham acesso a um PC.



terça-feira, 15 de maio de 2012

A primeira arte



Pinturas e gravações em caverna da Franca seriam as obras mais antigas do mundo












sexta-feira, 11 de maio de 2012

Eike oficializa compra do Rock in Rio


meio & mensagem

Colaboração de Lara Martins

US$ 350 milhões serão investidos nos próximos cinco anos; expertise da IMX será utilizada para levar o festival para os EUA e Ásia

TERESA LEVIN| »
11 de Maio de 2012  17:14
Uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 11, com direito a pocket show de Ivan Lins e George Benson selou a parceria entre Eike Batista e Roberto Medina. Agora o empresário dono do Grupo EBX detém 50% do controle acionário do Rock in Rio que continuará sendo comandado por Roberto Medina e sua filha Roberta Medina. A expectativa é que, nos próximos cinco anos, as edições do festival no Brasil, Argentina, Espanha e Portugal recebam um investimento de US$ 350 milhões.

“É extremamente emocionante ganhar um companheiro com a trajetória do Eike. Procurei ele antes de contratar o BTG para buscar um sócio, porque ele representa o momento pelo qual o Rio passa, tem o amor pela cidade que eu e minha família sempre tivemos”, destacou Roberto Medina.

A chegada do empresário vem para acelerar a expansão do Festival na América Latina e levá-lo também aos Estados Unidos e à Ásia. “É um processo demorado, mas óbvio que a ideia é ir para o mercado americano e asiático. Os Estados Unidos são um foco que tenho há algum tempo, mas é um pais com um punch de comunicação mais complexo, temos que estudar melhor este mercado”, disse.

A ideia é usar a expertise da IMX, que é associada ao grupo internacional IMG, para isso. “A IMX é parceira do IMG e a Liberty Media é sócia do Ideas Net, os dois são mega antenados nos Estados Unidos. Vamos abrir portas especiais”, esclareceu Eike Batista.

Medina confirmou que já está negociando a ida do Rock in Rio para um terceiro país na Europa. “Mas vou beber na fonte da IMX e no momento certo o nosso passo será o mercado asiático e os Estados Unidos. Assim teremos uma plataforma global muito mais interessante para os anunciantes. A expertise da IMX ajuda a entender e ter o aval para entrarmos no mercado americano”, antecipou.

A ideia de Medina é que, como a Copa é o evento mundial do futebol, o Rock in Rio seja o evento mundial da música, firmando-se como uma plataforma de entretenimento única. Os números mostram que muito já foi conquistado nos 27 anos do festival. Com dez edições promovidas desde que foi criado, em 1985, o Rock in Rio já atraiu aproximadamente seis milhões de pessoas e reuniu mais de 800 artistas. A última edição no Brasil foi transmitida para 200 países, reuniu 700 mil pessoas e teve 4,8 milhões de seguidores nas redes sociais.

As próximas edições que já trarão a marca IMX acontecerão em Madrid e Lisboa. Em 2013, o Festival terá a sua primeira edição em Buenos Aires e mais uma no Brasil. Para esta, Roberta Medina anunciou um show de Ivan Lins com George Benson como atração do palco Sunset, repetindo o encontro que aconteceu no primeiro Rock in Rio.

domingo, 6 de maio de 2012

Mundo trava guerra pelo controle da web




Após 24 anos, órgão global revisará tratado sobre telecomunicações, acirrando divergências entre governos, empresas e sociedade



Evento na União Internacional de Telecomunicações: a entidade pode alterar delicado equilíbrio na governança da internet
Foto: Divulgação
Evento na União Internacional de Telecomunicações: a entidade pode alterar delicado equilíbrio na governança da internetDIVULGAÇÃO
RIO - A Terceira Guerra Mundial pode já estar sendo travada, sem que nos demos conta. E para esta luta, nada tradicional, não é necessária nenhuma das 19.500 ogivas nucleares hoje existentes no mundo. O objetivo não é territorial ou industrial, mas virtual (embora continue econômico): controlar os destinos da internet, o maior meio de comunicação já inventado pelo homem. Sem ela, não é mais possível conceber a vida em sociedade — quase um terço da população do planeta usa a rede: são 2,2 bilhões de pessoas, sendo que 901 milhões já estão no Facebook, mais de 1 bilhão de buscas por dias são feitas no Google e mais de 2 bilhões de vídeos são vistos diariamente no YouTube. O comércio eletrônico na rede deverá faturar mais de US$ 1,4 trilhão em 2015, projeta a divisão de pesquisa em economia da Cisco, e analistas americanos preveem para este ano uma receita global de US$ 1,5 trilhão da indústria de dispositivos móveis, com mais de 6 bilhões de aparelhos.
Na guerra por controlar essa massa de gente conectada e as informações que trafegam no ambiente on-line, de um lado, estão os governos e a indústria tradicional, que almejam o retorno ao status quo e desejam preservar seus direitos e a soberania das nações. Do outro lado, estão empresas de internet, parte da sociedade civil, entidades como a Electronic Frontier Foundation, e os hacktivistas, que pregam a liberdade na internet.
Mas há uma terceira facção, que um recente artigo na “Vanity Fair” chamou de adeptos do Caos Organizado, que lutam para alcançar um equilíbrio entre os dois lados e preservar a estrutura da internet respeitando ao mesmo tempo a segurança institucional e empresarial, mas garantindo a privacidade e o livre ir e vir dos internautas. O próprio pai da internet, Vint Cerf, está otimista quanto a um equilíbrio, conforme contou ao GLOBO.
Fronteiras não são geográficas
Um momento chave desta guerra vai acontecer em dezembro deste ano, com a reunião da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em Dubai, onde 193 países discutirão a revisão de um tratado da ONU sobre a Regulação Internacional de Telecomunicações. Teme-se que este tratado, que regula o uso de redes de televisão, rádio e telefonia, seja estendido à internet e ponha ainda mais lenha na fogueira da luta pelo controle da grande rede.
— A internet, desde o começo, sempre foi multissetorial, e no Brasil acertamos ao defini-la como um serviço de valor agregado, colocado sobre as telecomunicações — diz Demi Getschko, presidente do Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br) do Comitê Gestor da Internet brasileira, um dos pais da grande rede no país. — Essa visão mantém a internet aberta a novos aplicativos e a inovações, e é esse o espírito da rede. Com uma regulação mínima, ela permite essa evolução. É diferente das telecomunicações, que exigem regulação para o uso de fibra óptica, de espectro etc.
Para Getschko, a questão do conflito pelo controle da rede resulta em parte do fato de determinados países insistirem em manter sua soberania sobre ela, quando se trata de uma rede onde as “fronteiras são difusas e não geográficas”.
— A boa lei é aquela que procura respeitar a natureza da internet e não tentar resolver problemas localizados — sentencia.
Um exemplo foi a tentativa recente dos legisladores americanos de aprovar os projetos Sopa e Pipa para controlar com mão de ferro a rede, algo que foi recebido com protestos da comunidade on-line e por empresas como Google, Yahoo! e Facebook.
O principal órgão de governança da internet hoje é a Icann, entidade que cuida dos nomes de domínio (endereços) da rede, e, segundo Carlos Affonso, coordenador-adjunto do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, procura manter o multissetorialismo da internet.
— Por ser uma estrutura globalmente compartilhada, a internet precisa atender a todos os lados, e a Icann procura equilibrar os interesses de governos, iniciativa privada, sociedade civil e academia/comunidade técnica — explica Affonso. — Esses grupos devem discutir o futuro da rede em pé de igualdade. Nessa tarefa, a Icann é ajudada pelo Internet Governance Forum, entidade que não tem poder decisório, mas pode fazer recomendações quanto a futuras decisões sobre a grande rede.
De acordo com Affonso e Getschko, com as crescentes tensões envolvendo soberania, privacidade e segurança, teme-se que, na revisão do tratado sobre regulação internacional de telecomunicações, a UIT estenda ou insira alguma regra envolvendo a internet, o que quebraria o equilíbrio precário que a comunidade internacional vem a duras penas mantendo desde que a rede se tornou acessível a todo o mundo, em meados dos anos 1990.
— Isso é preocupante, porque, no caso da UIT, a balança pende em favor dos governos, que passariam a deter o poder de decisão — diz Affonso.
O secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré, afirma no site do órgão que a revisão das regulações de telecom é um dos grandes desafios deste ano. “O mundo mudou muito desde a última revisão em 1988. Vimos uma explosão nas comunicações móveis e na internet, e há mais entidades em operação no mundo como resultado da desregulamentação. Assim, precisamos achar um meio de gerenciar a evolução do tratado, e, por exemplo, resolver os problemas de segurança nesse quadro”, diz Touré. Ele admitiu recentemente na rede que a UIT quer dar “apenas” um “leve toque” nas operações da internet.
Segurança é ponto chave
Segurança é, quase sempre, um dos argumentos de governos e entidades corporativas para fazer lobby a favor do fim do anonimato na internet. Mas Vint Cerf, um dos pais da web ao lado de Robert Kahn, alerta para o perigo desse tipo de ideia. “Quando vejo senadores e deputados nos EUA reclamando do anonimato, lembro que eles deviam ler mais a história do próprio país. Os tratados anônimos que criticavam o governo britânico tiveram muito a ver com a Revolução Americana no século XVIII, que levou à independência. Será que eles não tiveram aula de moral e cívica?”, comentou Cerf na rede. Entretanto, o homem que tudo começou é, no fundo, um otimista.
— No fim das contas, algum tipo de equilíbrio será alcançado — afirmou Cerf ao GLOBO por e-mail. — A internet é uma entidade dinâmica e continua a evoluir e mudar. Hoje mais pessoas têm, mais do que nunca, acesso aos poderes da rede. A noção de Estado e a ideia de soberania nacional terão que se adaptar com o tempo.
Para Cerf, no futuro, o contrato social que fizermos como cidadãos de um determinado país terá componentes globais reconhecidos e garantidos, numa linguagem que irá além da utilizada pela clássica Declaração de Direitos Humanos da ONU.
— A internet expõe abusos e possibilita ações coordenadas. Ela terá seu papel na busca de um ponto de equilíbrio diferente do que experimentamos no passado.