segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Coreia do Norte promete retaliar EUA e passa nove horas sem internet

Conselho de Segurança da ONU aprova debate sobre situação de direitos humanos no país

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WASHINGTON e GENEBRA — A Coreia do Norte sofreu nesta segunda-feira o pior apagão digital dos últimos anos. As circunstâncias da falha não foram esclarecidas, mas o serviço no país, restrito ao governo e à elite econômica, ficou completamente off-line por cerca de nove horas. O problema ocorreu no dia em que o regime fez ameaças aos Estados Unidos, que acusam o país de um ataque hacker contra a Sony Pictures.
A Coreia do Norte havia condenado e exigido que a comédia “A entrevista”, que faz uma paródia ao ditador Kim Jong-un, não fosse exibida. Os EUA não comentaram o apagão da internet norte-coreana.

Segundo a imprensa sul-coreana, os principais sites norte-coreanos permaneceram fora do ar, de forma descontínua, de 1h até as 10h45 locais desta terça-feira (14h às 23h45 de segunda-feira, horário de Brasília), entre elas o da agência estatal de notícias KCNA e o do jornal "Rodong Sinmun", dois veículos da imprensa oficial de Pyongyang.
Os sites da KCNA, do "Rodong" e outros portais do regime voltaram a ser acessíveis, e não ocorreram mais interrupções. Além disso, funcionaram com normalidade os sites do regime cujos servidores estão no exterior, como a página "Uriminzokkiri" e o jornal "Choson Sinbo" da comunidade norte-coreana no Japão.
O regime norte-coreano não se pronunciou sobre o "blecaute" temporário, nem confirmou que o mesmo foi causado por um ataque cibernético.
Em outra frente, no Conselho de Segurança da ONU, o governo norte-coreano sofreu nova derrota. Nesta segunda-feira, a diplomacia de Pyongyang boicotou a reunião do conselho que votou por incluir a questão dos direitos humanos na Coreia do Norte na agenda. O país é investigado por crimes contra a Humanidade, como a manutenção de campos de trabalho forçado para cerca de 120 mil dissidentes, e pode ser levado à Corte Penal Internacional.
— É possível que tomemos medidas — rebateu o diplomata norte-coreano Kim Song, sem dar mais detalhes.
Pyongyang afirma que tem “claras evidências” de que Washington está por trás da produção do filme, e lançou, nesta segunda-feira, ameaças contra os EUA. A Comissão de Políticas de Defesa Nacional norte-coreana afirmou, em comunicado, que o país “já lançou um pesado contra-ataque”, sem especificar o que seria. A nota diz ainda que é um erro de cálculo supor que uma “única empresa de produção de filmes é o alvo deste contra-ataque”.

“Nossas metas (são) todas as cidadelas dos imperialistas norte-americanos. O Exército e o povo estão prontos para confrontar os EUA em todos os espaços de guerra, incluindo a guerra cibernética para explodir essas cidadelas.”
Especialistas em segurança explicam que as origens do apagão digital sofrido nesta segunda-feira pelo país poderiam ser diversos. A própria Coreia do Norte poderia estar desligando preventivamente seus sistemas para se preparar para um ataque. Ou a perda de serviço poderia ser o resultado de um ataque de hackers vigilantes, como o Anonymous por exemplo. Mas ninguém assumiu a autoria.

Lançamento via youtube é opção

Mais cedo, o governo dos EUA pediu que as autoridades da Coreia do Norte admitam que ordenaram o ciberataque contra a Sony Pictures. Além disso, Washington quer que Pyongyang indenize a companhia pelos danos causados.
— Se querem ajudar no caso, podem admitir a culpa e compensar a Sony — afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
Rebatendo o presidente Obama, que havia dito que a companhia “cometeu um erro” ao cancelar o filme, a Sony informou que ainda pretende lançar a polêmica comédia. O YouTube é uma das opções, segundo o diretor-executivo Michael Lynton.

— A gente ainda quer que o público veja esse filme, com certeza. Temos diversas opções em aberto. Estamos estudando e considerando todas elas — afirmou Lynton, acrescentando, após ser perguntado se o filme poderia ser liberado no YouTube: — Essa certamente é uma opção que consideraremos.
O advogado David Boies, da Sony, também comentou o lançamento por meios alternativos:
— Ninguém sabe, até agora, como vai ser isso, mas o filme será distribuído.


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