- 11 fevereiro 2017
Blog da disciplina de Mídias Globais. Aqui você encontrará o conteúdo necessário para a realização do curso. Em caso de dúvidas, entrar em contato com: lleo@puc-rio.br (Luiz Léo) e maripalm@puc-rio.br (Mariana Palmeira)
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Entrevista Eduardo Galeano: América Latina, Democracia e meios de comunicação
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
O avanço de Facebook e Apple no campo da televisão
Zuckerberg já negocia com grandes estúdios e contrata profissionais de produção como Mina Lefevre, ex-MTV, para aquisição e financiamento de conteúdo
NELSON DE SÁ
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
"O objetivo é
que, quando as pessoas quiserem acompanhar seu programa favorito, acompanhar o
conteúdo que assistem em episódios semana a semana, elas possam vir ao Facebook
e ir para um lugar que vai mostrar isso."
É Mark Zuckerberg,
presidente do Facebook, apresentando há duas semanas os resultados da empresa
em 2016, para investidores, e apontando a estratégia para dominar também a
televisão –e a publicidade que ela gera.
Na noite de terça
(14), fez o seu primeiro movimento: anunciou um aplicativo para assistir vídeo
em aparelhos de TV. O app sai inicialmente para os adaptadores Apple TV e
Amazon Fire TV e para as smarTVs da Samsung.
Chegará "logo", em algumas semanas,
às respectivas lojas de aplicativos. E tem "mais plataformas a
caminho", ou seja, outras marcas de adaptadores e smarTVs e consoles de
videogame.
Zuckerberg não está
entrando na tela maior, do televisor, só para mostrar vídeos curtos e GIFs que
congestionam o "feed" no celular. Quer programação regular, séries de
sucesso das TVs aberta e paga, "em episódios".
"Muitos dos
melhores conteúdos episódicos são criados profissionalmente", afirmou ele
aos investidores, "e esses caras precisam receber uma boa quantidade de
dinheiro de maneira a poder sustentar seu modelo de negócios."
O Facebook já negocia
com grandes estúdios, em princípio oferecendo a divisão da receita com
publicidade. Mas também vem fechando negócios de licenciamento, ou seja,
adquirindo direitos.
Na segunda (13), a
rede social assinou com a Univision um contrato para apresentar ao vivo, para o
público americano, o campeonato mexicano de futebol. O primeiro dos 46 jogos
será domingo (19).
E no sábado (11)
havia enviado executivos para os encontros sobre licenciamento com as
gravadoras que acontecem no entorno da entrega do Grammy. O alvo, no caso, são
os vídeos musicais.
Também vem
contratando profissionais de produção como Mina Lefevre, na semana passada. Ela
era vice-presidente da MTV e vai trabalhar no desenvolvimento de programação
original, por aquisição ou financiamento.
CORRIDA
Lefevre escreveu no
próprio Facebook que sempre quis "construir alguma coisa, e a ideia de
fazer parte da equipe que está erguendo o ecossistema de conteúdo do Facebook é
um sonho".
Em seu conselho de
administração, que estabelece estratégias, Zuckerberg tem um nome ainda mais
estelar, o presidente da Netflix, Reed Hastings –o que começa a levantar
questionamentos sobre ética concorrencial.
A TV que o Facebook
está montando não prevê receita com assinaturas, como faz a Netflix, e sim
publicidade, o que evita a concorrência direta com a gigante de TV por demanda
e atinge mais os canais de TV aberta e paga.
Com o novo
aplicativo, o Facebook, que afirmou há três meses estar no limite de sua
capacidade de veicular publicidade no "feed", quer entrar no mercado
publicitário da TV americana, avaliado em US$ 70 bilhões.
A disputa pela
carcaça da TV atrai outros gigantes de tecnologia. Também falando a
investidores, o presidente da Apple, Tim Cook, anunciou que vai agora priorizar
conteúdo de TV, na busca de novas fontes de receita.
"Colocamos o pé
na água fazendo algum conteúdo original, estamos aprendendo e avançaremos a
partir daí", disse. "Creio que as mudanças na indústria de mídia vão
se acelerar com os pacotes de cabo começando a quebrar."
Para Cook, a TV paga
está perdendo o controle da distribuição. Dias depois, a Apple reforçou sua
equipe para licenciamentos e programas originais com um executivo de TV tirado
da Amazon.
Correndo por fora, no
final do ano o Spotify chamou para seu conselho o diretor de conteúdo da
Netflix, Ted Sarandos, visando melhorar sua estratégia de TV. E o Snapchat
passou a privilegiar licenciamento de conteúdo das produtoras, abrindo
concorrência direta com o modelo usado pela TV.
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sábado, 11 de fevereiro de 2017
Os 'jeitinhos' que os chineses encontram para driblar a 'Grande Muralha' do governo à internet
Vivian OswaldDe Pequim para a BBC Brasil
O governo chinês anunciou recentemente uma medida para dificultar que os internautas do país acessem as chamadas VPNs, ou redes vituais privadas, que permitiam driblar a censura que o país impõe às informações da rede.
O uso das VPNs permite "enganar" os controles do governo sobre a internet, ao ocultar o local de onde a pessoa faz o acesso. Essa é apenas uma de várias maneiras que os chineses encontram para driblar a chamada "Grande Muralha Digital" (em referência à Grande Muralha da China) com a qual as autoridades do país limitam o acesso à internet.
Com mais de 730 milhões de internautas - 75% dos quais com idades entre 10 e 39 anos -, a China tornou-se o grande sonho de consumo de empresas de tecnologia da informação (TI), incluindo o ramo de aplicativos e mídias sociais.
Mas o acesso à nação com o maior número de pessoas conectadas do mundo depende de passar pelo mais poderoso "firewall" do planeta. A "Grande Muralha" digital nada mais é do que um imenso filtro para garantir que as pessoas tenham acesso apenas às informações que o Estado considere adequadas.
Muitos chineses só conseguiam acessar sites e aplicativos bloqueados no país, como Facebook, Twitter, YouTube e Netflix, por meio das VPNs.
O mesmo acontece com certas palavras ou expressões. Às vésperas de efemérides consideradas sensíveis pelo governo, como o aniversário do Massacre da Praça da Paz Celestial, buscas pelo ano de 1989 e ao nome da praça também são bloqueadas. A internet passa a funcionar bem mais devagar.
A verdade é que, a despeito da quantidade impressionante de internautas, a rede chinesa pode funcionar como uma espécie de intranet (rede fechada) em um estalar de dedos.
Mesmo com a nova ofensiva do governo, os inventivos chineses ainda têm outras formas para chegar à informação que buscam, ou mesmo para tocar em assuntos que o governo não quer que sejam discutidos. Conheça alguns deles abaixo.
O uso de aplicativos alternativos
Milhões de chineses não têm e não querem VPNs pois acham não precisam delas. A China tem redes socias próprias, que replicam o modelo das tradicionais redes conhecidas e usadas mundo afora.
O Sina Weibo, por exemplo, é o equivalente ao Twitter. Os usuários não largam o WeChat, um aplicativo que, sozinho, tem cerca de 500 milhões pessoas conectadas, trocando mensagens e postando fotos, comentários ou reclamações. O WeChat é um cruzamento turbinado do Facebook, proibido na China, com o WhatsApp, que é permitido.
Com ele, pagam-se até contas.
O equivalente ao YouTube é o Youku.
Tribuna inesperada
O Sina Weibo e o WeChat foram palco, em semanas recentes, de discussões e críticas às autoridades por causa das ondas de poluição que assolam várias metrópoles chinesas, um assunto que começa a ser debatido abertamente na China. Mas muitos comentários desapareceram. Isso ocorre quando o assunto é um tema considerável sensível. Porém, internautas mais insistentes postam novamente.
Jogo de palavras
Recentemente, o termo "Jin San Pang", ou "Kim terceiro, o gordo", expressão muito usada entre os internautas para se referir ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, um aliado da China, foi bloqueado. Acostumados a situações semelhantes, os internautas rapidamente adaptaram a referência por meio de um jogo de palavras, uma das alternativas para escapar dos bloqueios. "Kim terceiro, o gordo"(金三胖) tornou-se "Kim terceiro, meia lua (金三月半)".
Pode não fazer muito sentido à primeira vista, mas é o que acontece se dividido o ideograma "pang"(胖 ,"gordo") em seus dois caracteres "yue" (月,lua) e "ban" (半,metade).
O jogo de palavras cria outras maneiras de se referir a um mesmo assunto. Até que os filtros descubram as novas expressões usadas para bloqueá-las - e que os usuários busquem outras para colocar no lugar.
Códigos
Internautas já organizaram movimentos online a partir de códigos para disfarçar o que tentavam comunicar. Um deles é a expressão "dar uma caminhada", que acabou se tornando sinônimo de fazer um protesto pacífico.
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