terça-feira, 2 de agosto de 2011

Le Monde Diplomatique: 5 anos de Brasil


EDITORIAL


Ano 5
Claudius

por Silvio Caccia Bava

Completamos quatro anos de existência na edição anterior, e podemos dizer com satisfação que, graças a você, leitor e leitora, nosso jornal é um sucesso. Nos dois últimos anos crescemos 46% nas vendas. São mais de 70 mil pessoas que leem hoje, regularmente, o Le Monde Diplomatique Brasil.
Como você, nossos leitores e leitoras são formadores de opinião: gestores públicos, professores universitários, jornalistas, profissionais liberais, dirigentes de empresas, diplomatas, membros de ONGs. E temos também a satisfação de contar com um número crescente de jovens que estão frequentando os cursinhos pré-vestibulares e a faculdade.
Nossa aposta foi, na verdade, muito simples. Apostamos na inteligência e curiosidade das pessoas que não se conformam com a situação que vivemos no Brasil e no mundo, assim como com a escassez e seletividade da informação a que estamos submetidos.
A análise crítica da situação internacional é um dos aspectos fortes do Diplô. E talvez tenha sido a própria crise civilizatória que hoje se manifesta que tenha atraído mais leitores para o jornal. A crise do modelo de desenvolvimento e do sistema financeiro internacional, a escassez de alimentos e água, o aquecimento global, o desastre nuclear, a primavera árabe, as guerras, o movimento dos indignados na Europa, as transformações da América Latina, tudo isso necessita de interpretação para entender seu significado. E aí entramos nós, com nosso lema: “Informação é importante. Análise é fundamental”. Uma análise que garante pontos de vista diferentes, mas se alinha no campo dos que lutam por direitos e apostam na democratização da democracia, na busca da equidade e justiça social. Para garantir a cobertura internacional temos a satisfação e o privilégio de participar da rede internacional do jornal francês Le Monde Diplomatique, uma rede sem similar que supera os 2 milhões de exemplares vendidos mensalmente e conta com 74 edições internacionais em 28 idiomas.
Mas o Diplô também traz para seus leitores e leitoras os temas da atualidade brasileira. Questões que muitas vezes não têm o destaque que merecem, como é o caso dos juros da dívida pública, os laços do crime com o poder, as relações assimétricas que o Brasil impõe a seus vizinhos. Não contamos com uma grande equipe de redação. Grande parte das matérias que produzimos sobre o Brasil é contribuição de intelectuais convidados, aos quais agradecemos oferecendo-lhes uma assinatura anual do jornal. E é com orgulho que podemos dizer que nosso convite para escrever no jornal sempre foi aceito. Além disso, temos recebido muitas sugestões de pauta e artigos da parte de leitores que encontram no jornal o lugar para expressar suas preocupações e opiniões.
A sustentabilidade do jornal vem basicamente dos leitores: 70% dos custos são pagos pela venda em banca e de assinaturas; os 30% restantes vêm de anúncios e encartes especiais. Sistematicamente estamos buscando anunciantes, que aos poucos vão reconhecendo a importância de estarem presentes em nossas páginas. Quanto aos encartes especiais, eles são uma boa surpresa, coerente com a busca, por parte de várias instituições, de atingir esse segmento formador de opinião pública.
Os 70% da receita que vêm dos nossos leitores são a garantia de nossa independência, autonomia e visão crítica da realidade. Ainda que os anúncios e encartes sejam importantes, queremos ampliar o modelo de financiamento baseado em nossos leitores.
Em nosso site fizemos uma pesquisa: “Uma imprensa livre, crítica e independente como oDiplôprecisa de sustentação financeira e da solidariedade de pessoas físicas. Você se disporia a ser um associado e contribuir semestralmente?”
Os resultados foram estimulantes: 55,4% dos participantes disseram que sim, que se dispõem a tornar-se sócios de um projeto como o nosso e colaborar financeiramente para seu sucesso. Estamos tratando com muito carinho essa possibilidade e, em breve, esperamos contar com você para juntar-se a nós e tornar-se sócio deste projeto, que vale a pena.

Silvio Caccia Bava é editor de Le Monde Diplomatique Brasil e coordenador geral do Instituto Pólis.

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