sexta-feira, 18 de abril de 2014

Liberdade de empresa imprime pensamento único

<i><b>Informação e Opinião</b></i>


DANIEL MAZOLA

Bloqueio midiático ocorre por toda a parte, os meios de comunicação dos EUA preferem abordar os problemas econômicos, políticos e sociais de outros países, enquanto que as dificuldades relacionadas à realidade estadunidense nem sempre aparecem em suas manchetes. 

Volto a lembrar, já falei muitas vezes: as corporações de mídia são um instrumento de Estado ou de grupos econômicos, poderosa ferramenta a serviço das classes dominantes. Para produzirmos conteúdos críticos e independentes do capital, a única saída digna é ocupar os espaços da imprensa alternativa, livre e contra hegemônica, seja através dos blogs, pela internet, pelos movimentos sociais, sindicatos, coletivos, ou pelos poucos partidos legitimamente de esquerda. 

O portal Alter.net fez uma lista de problemas que não aparecem nos principais veículos dos EUA, que parecem se orientar mais aos interesses dos 5% de seus leitores mais privilegiados. Nenhuma guerra é mais intensa que essa nos dias atuais, o campo de batalha da informação, do saber, da comunicação de massa. Um dos principais pilares da Democracia real é a Liberdade de Imprensa com pluralismo e diversidade de conteúdo, estamos anos luz disso, seja aqui ou nos EUA. 

O “pensamento único” persiste e bloqueia o acesso as informações necessárias, imaginem se cada um dos 320 milhões de cidadãos norte-americanos tivesse consciência desses 5 temas que traduzem a decadente e triste realidade da classe média e do povão nos EUA. A explosão social ocorreria imediatamente. 

1 - Oito milionários ganham mais do que 3,6 milhões de trabalhadores 

Segundo o recente relatório "Out of Reach 2014", uma radiografia da situação social no país, um trabalhador estadunidense de tempo integral com salário mínimo pode alugar um apartamento com um dormitório. Enquanto isso, os lucros no mercado de apenas oito milionários como Bill Gates ou Warren Buffet superam a renda total de 3,6 milhões de trabalhadores que ganham um salário mínimo.

2 - A evasão fiscal ameaça a educação estatal 

Vários estudos independentes constatam que as empresas estadunidenses pagam cada vez menos impostos, necessários para o financiamento de programas estatais de educação e pensões. Estima-se que a porcentagem dos ganhos corporativos arrecadados como impostos de renda reduziu de 7% em 1980 para cerca de 3% nos dias de hoje.

3 - Os EUA gastaram 34 bilhões de dólares desde que começou a recessão 

Embora essa quantidade de dinheiro, equivalente a 100.000 dólares para cada cidadão estadunidense, tenha sido destinada para amenizar as conseqüências da crise econômica provocada pela explosão da bolha financeira em 2008, aproximadamente 93% da população dos EUA não se beneficiou desta redistribuição da riqueza e o patrimônio líquido médio dos lares estadunidenses apenas se recuperou durante os últimos cinco anos.

4 - Empresas com sede nos EUA pagam mais impostos fora do país 

Grandes multinacionais como Citigroup, Pfizer e Exxon aproveitam os benefícios fiscais dos EUA, reduzindo ao mesmo tempo o pagamento de impostos. Assim, em 2013, a Exxon tinha nos EUA cerca de 43% da gestão, 36% das vendas, 40% dos ativos e entre 70% e 90% de sua produção de poços de petróleo e de gás, enquanto que pagou de impostos nos EUA apenas cerca de 2% de seus lucros totais. 

5 - Salários baixos estagnados durante décadas 

Um estudo demonstra que os salários de empregos de pouco prestígio como o de empregados de restaurantes não cresceu desde os anos 80 e com uma remuneração de apenas 2 dólares por hora. Tampouco esses trabalhos sofreram grandes mudanças na estrutura social e de gênero, já que 40% desses empregados são pessoas de cor, e cerca de dois terços são mulheres.

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