sexta-feira, 29 de junho de 2012

Murdoch confirma planos de divisão de negócios da News Corp



Conglomerado terá uma área de negócios editorial e outra de entretenimento



Rupert Murdoch , presidente da News Corp, ao sair de sua casa em Nova York nesta quinta-feira
Foto: Reuters
Rupert Murdoch , presidente da News Corp, ao sair de sua casa em Nova York nesta quinta-feiraREUTERS
NOVA YORK — O magnata Rupert Murdoch confirmou na quinta-feira que a News Corp, seu conglomerado de mídia avaliado em US$ 54 bilhões, iniciará um plano para separar o grupo em duas divisões de negócios. Uma delas abrangerá o negócio de entretenimento, mais lucrativo, incluindo as empresas de cinema e TV, como o estúdio 20th Century Fox, a rede de TV Fox e o canal de notícias Fox News. Essas empresas tiveram receita de US$ 23,5 bilhões no ano passado.
A segunda divisão, que gerou uma receita de US$ 8,8 bilhões em 2011, é a de produção editorial, que abriga empresas como a editora HarperCollins, o braço educacional liderado por Joel Kline e jornais como “The Wall Street Journal”, o “Times of London”, o “Sun”, o “New York Post” e “ The Australian”. Segundo analistas da Barclay Capital, este setor, incluindo o de serviços integrados de marketing, é responsável por cerca de 7% do valor empresarial da News Corp.
Em um comunicado, a empresa disse que a divisão seria concluída dentro dos próximos 12 meses, com Murdoch ocupando os cargos de presidente de ambas as empresas e de chefe-executivo do negócio de entretenimento. Chase Carey permaneceria diretor de operações também para o grupo de entretenimento.
Nos próximos meses, o conselho de administração vai decidir quem vai liderar a divisão editorial.
“Nós reconhecemos que ao longo dos anos a News Corp coleciona uma grande quantidade de ativos que tornaram-se cada vez mais complexos de administrar”, disse Murdoch. “A criação dessa nova estrutura vai simplificar bastante as operações, tornando as divisões bem mais compatíveis com as prioridades estratégicas”.
Negócio precisa ser aprovado por reguladores
Em um memorando aos funcionários, Murdoch citou o “espírito de inovação” da empresa na decisão.
“Através desta transformação, vamos libertar e dinamizar o verdadeiro potencial (dos nossos jornais), e seremos capazes de articular melhor o verdadeiro valor que possuem para os acionistas”, afirmou Murdoch, dizendo ainda que espera enfrentar críticas pela decisão depois do escândalo de grampos telefônicos envolvendo o “News of the World”.
A reestruturação ainda precisa de aprovação final do conselho da companhia em 2013. Na noite de quarta-feira, foi dada uma espécie de aprovação inicial durante uma reunião.
O negócio como um todo, além disso, também precisará ser aprovado pelos órgãos regulatórios governamentais.

sábado, 23 de junho de 2012

A internet BR faz 20 anos


Coluna de Pedro Dória
Na semana seguinte à Rio 92, quando todos os chefes de Estado e especialistas e diplomatas já haviam deixado a cidade, ficou uma herança. Ganhamos de presente a internet. Antes da conferência, só era possível entrar na rede através de umas poucas universidades. O Laboratório Nacional de Computação Científica, próximo à UFRJ da Praia Vermelha, no Rio, Unicamp e USP, em São Paulo. Para ter conta, só sendo professor e aluno com autorização por escrito. Ou, uns parcos, que acessavam contas piratas nessas mesmas universidades (colunistas de jornal, dizem, eram uma praga). Aí veio a Rio 92, o Ibase, e tudo mudou.
A internet brasileira tem muitos pais, engenheiros que, desde 1986, lutaram dentro de suas instituições para ligar a academia à rede tão fundamental para a conversa científica. Mas foi um deles que trouxe a internet para fora dos campi: Carlos Afonso, o C. A.
C. A. fora companheiro de Herbert de Souza, o Betinho, no exílio. De volta ao Brasil, fundaram juntos, em 1981, o Ibase, uma ONG preocupada em democratizar acesso a informação. E, para ele, mesmo em princípios da década de 1980, informação e computador caminhavam juntos. Pode parecer evidente, hoje. Não era tão claro assim.
Se o Brasil parece burocrático hoje, houve o tempo em que tudo era muito pior. E conseguir permissão para se conectar (caro) à rede via Embratel exigia o impossível e mais um pouco. A conferência da ONU, porém, abriu espaço para mudanças. Estrangeiros no país precisavam de internet. E havia, no Ibase, uma pessoa que sabia montar essa infraestrutura. C. A. criou um provedor de acesso permanente. Quando a conferência terminou, o Ibase e seu Alternex permitiram que qualquer um, em troca de uma taxa mensal, tivesse sua conta naquela rede misteriosa. O e-mail da geração de pioneiros da internet pátria terminava em arroba ibase.apc.org.
Não era uma internet que o típico usuário de hoje reconheceria. Não havia web. Quer dizer, havia. Mas a web, que nasceu em 1989, era pequena, só rodava em texto, não tinha qualquer gráfico, quanto mais som. Os dois serviços mais populares na internet de antanho, implementados pelo Ibase, eram Gopher e Usenet. A Usenet era uma gigantesca base de fóruns de discussão, a avó do Facebook. De teatro shakespeariano a pornografia, passando por piadas e mecânica quântica, tudo tinha sua conferência na Usenet. E, exatamente como hoje, as conversas eram instigantes e emocionadas às vezes, surpreendentemente grosseiras noutras. Algumas coisas, na internet, não mudam.
Na ausência da web gráfica, Gopher era a maneira fácil de acessar a rede. Em vez de decorar comandos em texto no sistema Unix, tudo no Gopher se encontrava num menu hierárquico. Um diretório de livros on-line, por exemplo, poderia oferecer a lista dos tópicos. E, assim, via Gopher, seguia-se de diretório em diretório até encontrar o desejado. Naquele tempo sem Google, busca era algo que se fazia via Archie ou Veronica. Como era pequena a internet.
A história de como o Ibase do Betinho trouxe a internet para os brasileiros ainda tem de ser melhor contada. É uma história que envolve muito improviso tecnológico feito por gente extremamente capaz, muito drible nas restrições impostas por burocratas e, principalmente, visão.
Visão porque ninguém tinha como saber que a internet explodiria. Aquele período entre meados de 1992 e 1995 marcou um tempo em que a rede era quase um hobby para gente ligada em computador (já viciava). E, muito hábil, a turma do Ibase rapidamente implementou o acesso via SLIP e, depois, PPP, as misteriosas siglas que permitiriam a seus usuários navegar usando Mosaic. Popularizado a partir de finais de 94, foi o primeiro navegador gráfico, antes de Netscape, antes do IE. Uma web de páginas com fundo cinza, links azuis e roxos. Já tinha imagens e parecia coisa doutro mundo. O Gopher estava fadado à rápida extinção.
Quando percebeu que a internet ficaria grande muito rápido, a Embratel ainda tentou garantir seu monopólio do acesso. Não conseguiu. A privatização das telecomunicações também estava começando. A Rio+20 não deixou, nem teria como deixar, uma herança destas. Mas ela marca, também, os 20 anos da nossa internet.

O espírito das máquinas - Legado de Alan Turing está por toda parte no mundo




O injustiçado inventor da computação completaria cem anos hoje





O ACE, primeiro computador eletrônico, foi projetado por Turing em 1946 e ocupava uma sala inteira no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido
Foto: Arquivo
O ACE, primeiro computador eletrônico, foi projetado por Turing em 1946 e ocupava uma sala inteira no Laboratório Nacional de Física do Reino UnidoARQUIVO
Apontado como pai dos computadores modernos, o matemático inglês Alan Turing completaria 100 anos hoje. Sua vida, no entanto, foi abreviada aos 41, quando aparentemente cometeu suicídio, dois anos após condenação em 1952 por “grave indecência” — eufemismo para seu homossexualismo, na época considerado ilegal no Reino Unido. Forçado a tomar hormônios femininos em um processo de castração química como alternativa à prisão, o herói que liderou a equipe responsável por quebrar o “indecifrável” código Enigma dos nazistas, dando aos Aliados uma vantagem tática crucial para a vitória na Segunda Guerra Mundial, tornou-se um pária. Só em 2009, depois de intensa campanha na internet (um dos frutos de seu trabalho), o então primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, emitiu um pedido de desculpas oficial pelo tratamento dado a Turing.
— Creio que é difícil achar personagem melhor que Turing, mesmo em uma boa obra de ficção — avalia o escritor americano especializado em temas científicos Jim Ottaviani, que acaba de terminar o roteiro de uma biografia em quadrinhos do matemático, que deve ser publicada até o fim do ano. — Sua vida foi cheia de episódios marcantes e dramáticos, alguns mais conhecidos do que outros, que ajudaram a fazer dele uma pessoa vital e intrigante.
Hoje, o legado deste trágico gênio está por toda parte. Basta olhar em volta para ver a quantidade de equipamentos que têm em seu coração uma “máquina universal de Turing”, conceito criado por ele nos anos 30 para resolver um mistério da lógica matemática. Batizada Entscheidungsproblem, ou problema de decisão, a conjectura proposta pelo também matemático David Hilbert em 1928 perguntava se seria possível criar um procedimento capaz de provar passo a passo se qualquer afirmação matemática é verdadeira ou falsa. Embora questões simples como se dois mais dois são iguais a quatro sejam fáceis de verificar, afirmações mais complexas são difíceis de serem abordadas. Até hoje, por exemplo, a chamada Hipótese de Riemann, proposta em 1859 por Bernhard Riemann e que prevê a ocorrência de números primos ao longo de séries de números naturais, ainda aguarda prova, apesar de a maior parte dos matemáticos considerá-la verdadeira.
— A máquina universal de Turing é uma abstração, a descrição de algo que seria capaz de computar qualquer coisa que fosse computável, mas lançou as ideias de leitura, escrita e memória que o tornaram uma figura chave no desenvolvimento da ciência da computação como uma disciplina que vai muito além da simples mecânica de construir máquinas — diz Holly Rushmeier, chefe do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Yale, nos EUA.
Gênio perseguido por ser gay
Decidido a atacar o problema levantado por Hilbert, Turing primeiro precisou definir o que seria este procedimento passo a passo e que tipo de equipamento poderia ser construído para realizá-lo. Ele imaginou então uma máquina capaz de ler símbolos em uma fita de papel e decidir o que fazer com eles com base em uma série de regras pré-estabelecidas. Ela poderia, por exemplo, pegar uma série de números e somá-los, apresentando um resultado final. Como sua ação é pré-programada, porém, esta máquina não poderia realizar subtrações, multiplicações ou divisões e, por isso, não poderia ser usada para resolver a questão proposta por Hilbert. Turing, no entanto, seguiu em frente e percebeu que seria possível fazer com que a máquina lesse a fita e, a partir dos dados contidos nela, estabelecesse o procedimento a adotar. Assim, o mesmo equipamento poderia ser informado que série de números deveria somar, subtrair, multiplicar ou dividir, tornando-se programável. Batizado máquina universal de Turing, ele é, essencialmente, um computador.
Mas poderia este “computador” responder à dúvida de Hilbert? Turing procurou e identificou uma questão lógica que poderia ser introduzida na máquina de forma que ela não pudesse afirmar se ela era verdadeira ou falsa. No caso, poderia o computador examinar um programa e saber previamente se ele pararia de “rodar” ou continuaria para sempre? A resposta, mostrou ele em artigo publicado em 1936, quando tinha apenas 24 anos, é que não, assim como para infinitas outras questões de lógica computacional. Muito além de uma boa notícia para os matemáticos humanos, que souberam então que jamais poderiam ser substituídos por uma máquina, o exercício mental de Turing estabeleceu as bases da ciência da computação, abrindo o caminho para a profusão de aparelhos que fazem parte de nosso dia a dia.
— O trabalho de Turing ajudou as pessoas a pensarem no que é computável ou não — explica Holly. — A ciência da computação não está limitada às capacidades dos equipamentos existentes. Turing avançou no nosso pensamento sobre o potencial dos computadores.
Apesar de ser bem conhecido nos campos que ajudou a fundar ou desenvolver, que além da ciência da computação incluem a matemática e a criptografia, Turing ainda é um personagem pouco conhecido do grande público, lacuna que Ottaviani espera preencher com sua nova obra. Para o autor, é preciso destacar que a riqueza da história da sua vida vai muito além do pioneirismo na computação, a luta contra os nazistas e a polêmica em torno do homossexualismo.
— Ele era um escritor sagaz, um corredor de longas distâncias de primeira classe — lembra. — Já quanto a ser gay, ele foi vítima de sua época tratar homossexualismo como crime. E o mundo inteiro pagou por isso, pois acho que estaríamos ainda melhores se Turing tivesse vivido para ter mais grandes ideias, dividi-las com outros e ver seus resultados frutificarem.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Internet só perde para TV na disputa por anúncios


Sites e mecanismos de busca faturam 11,98% do bolo publicitário, contra 60,63% da TV


SÃO PAULO - A internet ganhou participação no bolo publicitário durante o primeiro trimestre deste ano e, depois da TV aberta, é a mídia que mais recebe verba de anúncios. De acordo com estudo divulgado ontem pelo Internet Advertising Bureau (IAB Brasil), o faturamento dos sites e dos mecanismos de busca atingiu 11,98% do bolo publicitário no período, ante 11% no fechamento de 2011. A projeção do IAB Brasil é que a fatia da internet no mercado publicitário chegue a 13,7% até janeiro, completando o ano com um faturamento de cerca de R$ 4,3 bilhões.
— Neste ano, as Olimpíadas de Londres devem atrair bastante audiência para portais de conteúdo, enquanto os serviços de busca vão continuar a atrair pequenos anunciantes — disse Ari Meneghini, diretor-executivo do IAB Brasil.
No primeiro trimestre, a internet brasileira recebeu R$ 842,4 milhões em anúncios, sendo R$ 512 milhões para os mecanismos de busca e R$ 330,4 milhões para os sites e portais de conteúdo — os sites de redes sociais, como o Facebook e o Linkedin, não entram nesta conta. O IAB projeta para este ano um crescimento médio de 50% do faturamento dos buscadores e de 25% dos sites de conteúdo.
O faturamento total do bolo publicitário no primeiro trimestre atingiu R$ 6,5 bilhões, de acordo com a pesquisa. A TV aberta se manteve à frente, com 60,63% de participação, acima dos 59,4% investidos em anúncios no ano passado. Segundo Meneghini, o crescimento de participação da TV aberta reflete o momento de mais incerteza na economia.
— Na crise de 2008 também vimos a verba para TV aberta crescer, porque os anunciantes resolveram apostar em uma fórmula que conheciam. Acho que estamos vendo algo parecido hoje — afirmou.
A participação dos jornais impressos se manteve estável no período, de 11,1% em 2011 contra 11,06% no primeiro trimestre do ano, enquanto as revistas perderam participação, passando de 6,7% do bolo publicitário para 5,13% na mesma comparação. A fatia do rádio apresentou um leve crescimento, de 3,7% para 3,77% no período.

domingo, 3 de junho de 2012

Um Brasil que ainda não fala





Redação - O Globo
  
O Brasil ainda esconde uma Austrália de gente que não tem acesso a qualquer tipo de telefone. Seja fixo ou celular. Um contingente de brasileiros, que de acordo com o Censo, somava em 2010 cerca de 22,3 milhões de pessoas. Desses, metade (11,54 milhões) se concentra no Nordeste. Mas o que explica o isolamento de 11,7% da população de um país que hoje discute expansão de 3G e implementação de 4G? Os especialistas dizem que, de um lado, falta infraestrutura nas áreas mais remotas, os investimentos das empresas de telefonia estão aquém do necessário e a carga tributária (que representa 46,3% da conta) do setor segue alta. Do outro, a renda baixa das famílias coloca esses consumidores no fim da fila das prioridades das operadoras.

Segundo dados do Censo do IBGE, havia 6,93 milhões de domicílios - ou 12,09% dos lares - sem acesso à telefonia. Uma realidade comum entre os mais pobres. Não à toa, das moradias sem qualquer telefone, 88,1% tinham renda domiciliar per capita de até um salário mínimo (R$ 510). Na outra ponta, onde o rendimento per capita era superior a cinco salários mínimos, apenas 0,2% dos lares estão sem linha.

- Doze por cento sem telefone é um número significativo em uma era em que as pessoas tendem a acreditar que estão todos conectados a internet, Wi-Fi, redes sociais... E isso mostra como o Brasil do século XXI coexiste com o Brasil do século XIX. Talvez não exista nos dias de hoje índice melhor de exclusão social do que o número de pessoas sem acesso a telefone. Além do efeito prático de não ter acesso a telefone, há o efeito simbólico, de exclusão social, paradigmático nos tempos de hoje - afirmou Flavio Comim, consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Pelos dados do IBGE, o Maranhão é, no quesito acesso à telefonia, o pior entre as 27 unidades da Federação, com 37,08% dos lares sem o serviço. No Piauí, são 30,02%. Já os mais ricos aparecem melhor "na foto". No Distrito Federal, esse percentual cai para 2,14%, seguido de 4,87% em São Paulo e 6,36% no Rio.

- O Brasil que não fala está mais concentrado na área rural, onde a saída é, muitas vezes, usar o rádio - disse Eduardo Tude, presidente da Teleco.

Novo plano de inclusão da Anatel começa amanhã

Operadoras e governo sabem do tamanho dos excluídos no Brasil. É por isso que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reformulou o programa Acesso Individual Classe Especial (Aice), criado na década passada para aumentar a presença do telefone fixo no país. Houve mudanças importantes. A principal delas é o preço, que passou de R$ 24,14 para R$ 13,31 - queda de 44,86%. A franquia passou a ser de 90 minutos com chamadas para telefones fixos. Antes, qualquer ligação era taxada.

Além disso, o programa, que antes atendia apenas aos lares inscritos no Bolsa Família, passa a atender a todos do cadastro único dos programas sociais, elevando em 65% o total de casas contempladas. Eduardo Marques Jacomassi, gerente operacional de Tarifas, Preços e Acompanhamento Econômico da Anatel, lembra que há potencial para atingir quase 23 milhões de lares. Até abril deste ano, o programa, que nunca emplacou, soma só 136,5 mil usuários.

- Há um foco para os que participam dos programas sociais, e a redução do valor de assinatura mensal torna mais atrativo (o serviço). Assim, o novo Aice insere-se nos esforços da Anatel em aumentar a inclusão da telefonia - afirma Jacomassi, ressaltando que as novas regras passam a valer amanhã.

Sem políticas públicas eficientes, as regiões Nordeste e Norte têm mais excluídos, com 22% das casas sem telefones. Analfabeta, a ex-trabalhadora rural Sebastiana Maria da Silva, de 70 anos, passou boa parte da vida na palha da cana, cercada por parentes que há 50 anos residem no mesmo engenho, no município de Palmares, a 135 quilômetros de Recife. Ela diz que não sabe nem como usar o telefone. No local, a única prestadora de telefonia está a 18 quilômetros de sua casa, no Centro.

- Nunca tive nem usei um telefone na vida. Não sei nem ligar. Não sinto falta não, porque não tenho muita coisa para conversar - afirma ela, para quem telefone é um luxo em uma casa onde o chão é de terra batida.

Brasileiro destina 1% da renda para telefonia

Já a filha de Sebastiana, Maria Lúcia da Silva, de 30 anos, sonha com um celular, parecido com os que já têm alguns vizinhos:

- Desde que deixei o corte de cana, preciso de um. Mas é caro, o crédito, mais ainda. Não tenho escolha: ou uso celular ou compro comida para os meninos.

Para que famílias como a de Sebastiana tenham acesso à telefonia, especialistas dizem que é preciso mais investimentos das companhias, com tecnologias alternativas e maior fiscalização do governo para verificar a qualidade do serviço prestado pelas teles. Segundo dados da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), as famílias hoje direcionam 1% da renda para os gastos com telecomunicações. Ou seja, quem ganha um salário mínimo, em R$ 622, destina R$ 6,22 para ligações por mês.

A Oi, que atende mais de 4.800 cidades, trabalha para estimular o aumento da telefonia fixa no país, segundo Andre Muller Borges, diretor de Regulamentação e Estratégia da empresa. Ele afirma que a companhia vai lançar planos mais baratos, criando pacotes com outros serviços:

- Mas é preciso entender hoje que a carga tributária cria uma barreira de entrada. Mas não acho que seja só a renda (baixa das famílias sem telefone). Estamos criando uma série de planos alternativos e que acabam chegando a todos os tipos de bolso. O novo Aice, da Anatel, vai ser implementado, mas é economicamente inviável para as teles.

A Telefônica, que vai investir R$ 24,3 bilhões até 2013, está presente em 3,7 mil municípios. O número deve aumentar nos próximos meses, já que a companhia está levando telefonia fixa para diferentes cidades do país. Cícero Olivieri, diretor de Rede da TIM, comenta que, considerando ainda o contingente de pessoas sem dados, "os números (de excluídos) beiram o absurdo". Para ele, há problemas na falta de capilaridade da malha e na carência de rede. Juntos, esses impasses representam para o consumidor custos mais altos.

- O que se percebe é que, mesmo nos bolsões mais pobres, as famílias já estão demandando, além de telefonia, acesso a internet. Demanda existe - disse ele, frisando que a TIM tinha, em fins de 2011, 15 mil quilômetros de fibra ótica e quer chegar em 2014 com 41 mil. Desse total, boa parte é para as regiões Norte e Nordeste.

A diretora Regional da Claro para Rio de Janeiro e Espírito Santo, Gabriela Derenne, lembra dos desafios de se montar uma infraestrutura de telefonia no país. Para ela, não basta instalar uma antena. Ainda assim, ela cita que a Claro, de 2009 a 2011, ampliou sua cobertura em mais de cem cidades no Centro-Oeste, Norte e Nordeste:

- Individualmente, muitas vezes, a conta não fecha. É preciso atender a um polo, a um conjunto de cidades.

Vizinha de Sebastiana e Lúcia, a trabalhadora rural e dona de casa Carmelita Maria da Conceição, de 28 anos, é outra que reclama por não ter um celular. Com sete filhos, sem trabalho no momento e contando apenas com o salário do marido cortador de cana, ela fica meses sem se comunicar com a família que mora em outras cidades. E comemora o fato de o irmão José Roberto da Silva, de 32 anos, ter retornado ao local, pois ele trabalhou por dois anos e meio em fazendas de Santa Catarina, período em que ficaram sem se falar:

- Aqui a gente fica isolado até para parir. No último menino, andei um pedação a pé porque não tinha telefone, não deu para usar nem o dos vizinhos, porque as ligações para fora eram péssimas - reclama Carmelita, mas sem desistir de ter um celular. Já foi em lojas e camelôs, onde encontrou a mercadoria bem mais em conta. - O aparelho mais barato é R$ 230, e pirata não tem garantia. No camelô, achei uma "guitarrinha" por R$ 70, mas, como não tem garantia, tive medo de perder o dinheiro, pois soube que a bateria dele é uma porcaria - diz ela, referindo-se a um modelo encontrado nas feiras.

A maior notícia do século




Dorrit Harazim, Opinião

Benito Mussolini havia sido enforcado dez dias antes e Adolf Hitler tinha se suicidado na semana anterior; os russos estavam em Berlim e as tropas nazistas já haviam se rendido em Itália, Dinamarca, Noruega e Países Baixos.

A Segunda Guerra Mundial estava por um fio, com Winston Churchill, Josef Stalin e Harry Truman prontos para fazer seus discursos de vitória. Faltava, porém, um comunicado oficial atestando o final da carnificina que já durava seis anos.

Eram 3h24m da tarde de 7 de maio de 1945 quando o escritório da agência de notícias Associated Press (AP) em Londres recebeu o telefonema que acabou com a guerra antes do combinado. A ligação chegara através de um canal militar não sujeito à censura, e tinha o chefe do escritório de Paris da AP no outro lado da linha. “Aqui é Ed Kennedy. A Alemanha capitulou incondicionalmente. Repito, capitulou incondicionalmente. É oficial. Coloque Reims, França, como procedência e solte a notícia, já.”

Não discutiu sua decisão com nenhum chefe. O texto tinha perto de 300 palavras. “Agora é esperar para ver o que acontece”, comentou, após desligar.

Dois minutos mais tarde, Londres transmitia a bomba para a central em Nova York, que ainda segurou a notícia por oito minutos antes de colocá-la no ar.

Instantaneamente rádios por toda a América interromperam suas programações para dar a grande nova, edições extras de jornais inundaram as ruas e o furo tinha tudo para ser o momento de maior triunfo profissional e pessoal de Edward Kennedy, já consagrado como um dos grandes nomes de sua geração.

Os fatos seguiram outro roteiro. Passadas menos de 24 horas, Kennedy fora suspenso por tempo indeterminado e seria demitido mais tarde, sem alarde. No mesmo dia, o presidente do Conselho da AP divulgava um comunicado lamentando “profundamente” o monumental furo obtido pelo jornalista.

Perto de 50 correspondentes de guerra do front europeu recomendaram a revogação de sua credencial. Kennedy acabou expulso da França pelo Comando Supremo das Forças Aliadas e teve de retornar aos Estados Unidos.

“Faria tudo de novo”, declarou apenas, ao desembarcar. Conseguiu emprego como redator-chefe num pequeno jornal da Califórnia, o “Santa Barbara News-Press”, fez uma tentativa como publisher do “Monterrey Peninsula Herald” e morreu num acidente de automóvel aos 58 anos de idade. Seu pecado capital foi ter desafiado a censura e atropelado um embargo de notícia.

Passaram-se 67 anos desde então. Somente agora, três semanas atrás, a Associated Press admitiu oficialmente que Edward Kennedy fizera o certo.

“Foi um dia negro para a Associated Press, que administrou o fato da pior maneira possível”, desculpou-se em nome da empresa Tom Curley, atual diretor executivo da agência noticiosa e coautor do prefácio do livro, de onde foram tiradas as informações para este artigo.

O pedido póstumo de desculpas veio junto com a chegada às livrarias do livro de memórias do jornalista — “Ed Kennedy’s War: V-E Day, Censorship and the Associated Press”, disponível na Amazon.

Recomenda-se a leitura a todo jornalista, uma vez que o dilema que se apresentou para Kennedy, além de universal, é atualíssimo.

“Se você dá a alguém uma caneta e a autoridade de um censor, estranhas coisas acontecem”, costumava dizer Kennedy, que seguiu à risca a demarcatória definida por Franklin D. Roosevelt: a censura só é justificada se estiver a serviço da proteção das forças aliadas em combate.

Na noite da rendição, Kennedy integrava o grupo de 17 correspondentes de guerra reunidos às pressas pelo comando aliado para testemunhar o momento. Todos tiveram de assinar um termo de sigilo a bordo do avião militar que os levou de Paris para Reims, no nordeste da França, onde o general Dwight Eisenhower havia instalado seu QG avançado. Só divulgariam o que veriam quando autorizados pelo comando Aliado.

Em princípio, o embargo acordado duraria apenas algumas horas, mas logo os jornalistas foram informados de que ao fim da Segunda Guerra Mundial só poderia ser noticiado 36 horas depois, às três da tarde do dia seguinte.

Só que passadas doze horas da capitulação, uma pequena rádio alemã da cidade de Flensburg vazara a informação e Kennedy procurou dobrar os censores americanos. Nada feito.

“O general Eisenhower até desejaria que a notícia seja divulgada de imediato para que vidas sejam salvas, mas suas mãos estão atadas por esferas políticas superiores”, respondeu-lhe à época o porta-voz do comandante.

As esferas políticas superiores chamavam-se Stalin, Truman e Winston Churchill. Os três haviam concordado em bloquear a notícia da capitulação por um dia para dar tempo ao marechal russo de também preparar a cerimônia de rendição que presidiria em Berlim.

Assim, todos fariam comunicados simultâneos a seus povos, pontualmente às 3 horas da tarde do dia 8 de maio de 1945.

Kennedy tomou a decisão de furar unilateralmente o acordo ao constatar que não estaria colocando em risco a vida de nenhum soldado. Pelo contrário, abreviaria a matança em algumas horas, o que já era muito.

De fato, naquele mesmo 7 de maio, um submarino alemão afundara duas embarcações na costa da Escócia e os combates prosseguiram na Checoslováquia e na Iugoslávia. Ademais, com a assinatura da rendição, a própria função dos censores militares perdia validade, a seu ver.

Duas vozes contundentes saíram em sua defesa à época. A primeira foi a de A. J. Liebling, na revista “New Yorker”, em artigo intitulado “A rendição da AP”. A segunda foi a de Wes Gallagher, despachado pela Associated Press para substituir Kennedy no escritório de Paris.

Por ocasião de seu primeiro encontro com Eisenhower, o repórter comentou com o general que no lugar do antecessor teria feito a mesma coisa, acrescentando: “Apenas teria lhe telefonado antes.”

Ike retorquiu que, nessa hipótese, teria ordenado sua prisão. Resposta de Gallagher: “Mas isso não teria abortado a notícia.”



Dorrit Harazim é jornalista

Política e meios de comunicação


03 de junho de 2012 | 3h 07

Fernando Henrique Cardoso - O Estado de S.Paulo
Escrevo esta crônica às vésperas de partir para o Japão e a China, de onde só regressarei depois de publicado o texto, daqui a duas semanas. É sempre arriscado, nessas condições, falar sobre a agenda política. Será mesmo? O marasmo é tão grande que possivelmente, ao voltar e reler os jornais, encontrarei os mesmos temas: a CPI, a corrupção com suas teias enredadas, os candidatos às prefeituras já conhecidos e suas previsíveis alianças, o PIB que cresce pouco, os juros que finalmente começam a cair, a inadimplência dos devedores, as demandas por reformas tributárias, as soluções caso a caso para diminuir os estoques das empresas (principalmente automobilísticas), e assim por diante. Dá até preguiça passar os olhos pelas colunas e notícias da mídia, sem falar das TVs que repetem tudo isso com sabor de press release, emitido seja pelo governo, seja por empresas.

Ainda recentemente, um sociólogo mexicano, falando na Fundação iFHC e se referindo a outro aspecto da mesma questão, disse que o resultado das eleições em seu país independe das campanhas eleitorais. Isso porque, quando a propaganda partidária tem vez na mídia, a "opinião" já está enraizada nos eleitores, pois nos anos anteriores se elegeram os heróis e os vilões cujas virtudes e defeitos foram repetidos todo o tempo, sem contestação crítica. Será muito diferente entre nós? É dessa maneira que se exerce nas modernas sociedades de massa o controle ideológico da opinião, seja pelos governos, seja pelos grupos dominantes na sociedade, econômicos ou políticos.

A sensação do já visto que alimenta a modorra e leva ao tédio e ao descaso com a política é, entretanto, enganadora e perigosa. A despeito de tudo, nem só de manipulação da opinião vive uma sociedade. De repente, quando menos se espera, não são as "forças do mercado" nem o "pensamento único" (que em nosso caso, menos do que neoliberal, é de esquerda desenvolvimentista-autoritária) que comandam a vontade popular. É o que vemos agora na Grécia e na França, onde a vitória de Hollande, a despeito do irrealismo de algumas de suas promessas, ecoa até na alma de Obama e o rígido dogmatismo tedesco, fantasiado de racionalidade de mercado, se vê cerceado por aspirações de outra natureza. Convém, portanto, não sobre-estimar a força das verdades preestabelecidas. Mormente em nossos dias, quando a internet permite que um sem-número de opiniões divergentes circule sem que os leitores ou ouvintes da grande mídia se deem conta.

Não digo isso para aceitar o conformismo vigente em muitos meios de comunicação, até porque, para fazer frente a ele, o desconcerto causado pela variabilidade de opiniões das mídias sociais, e mesmo pela mistura entre lixo eletrônico e real opinião, é insuficiente. Digo-o para alertar: a despeito de parecer que a política, principalmente a partidária, é mais enganação do que afirmação de interesses e valores que podem enfrentar a luz do sol, no final das contas o que decide a nossa vida em sociedade é a política mesmo. Portanto, sensaborona ou não, repetitiva ou não, controlada pelos que mandam ou não, dependemos dela. Nos dias que correm, sobretudo nos regimes democráticos, não há política sem comunicação; logo, é melhor tomar coragem para ler e ouvir tudo o que se diz, mesmo quando partindo de fontes suspeitas.

A precondição para que haja alternativas ao que aí está é manter a liberdade de expressão, mesmo que haja distorções. Isso não exclui uma luta constante contra estas, não para censurá-las, mas para confrontá-las com outras versões. Afastando por inaceitável qualquer tentativa de "controle social da mídia", o acesso de opiniões divergentes aos meios de comunicação poderia criar um ambiente mais favorável à veracidade das informações.

Por exemplo: será que é democrático deixar que os governos abusem nas verbas publicitárias ou que as empresas estatais, sub-repticiamente, façam coro à mesma publicidade sob pretexto de estarem concorrendo em mercados que, muitas vezes, são quase monopólicos? E que dizer do tom invariavelmente otimista das declarações sobre a superação da crise financeira global oriundas de setores empresariais interessados ou, em nosso caso, da marcha contínua para o êxito econômico reiterada pelos governos? O efeito deletério desse tipo de propaganda disfarçada não é tão sentido na grande mídia, pois nesta há sempre a concorrência de mercado que a leva a pesar o interesse e mesmo a voz do consumidor e do cidadão eleitor. Mas nas mídias locais e regionais o pensamento único impera sem contraponto.
A autenticidade das informações escapa das deformações advindas da influência das forças estatais (inclusive do setor produtivo estatal) e das empresas privadas precisamente pela voz crítica dos setores da mídia independente, por meio de seus repórteres, editorialistas e mesmo dos proprietários que têm coragem de expor opiniões. Não por acaso, é contra estes que os donos do poder político e os partidos que os sustentam se movem: denunciam que é a imprensa que faz o papel da oposição. Até certo ponto isso é verdade. Mais por deficiência dos partidos de oposição, cujas vozes se perdem nos corredores dos Parlamentos, do que por desejo de protagonismo da mídia crítica. Nos países europeus ou nos Estados Unidos, por mais que haja partidarismo nos meios de comunicação ou que por lá prevaleça o mesmismo das notícias que refletem o statu quo, sempre há espaço para o outro lado, para o contraponto. Mal termina de falar o primeiro-ministro da Inglaterra e já a voz da oposição, como tal, é transmitida. O mesmo ocorre quando o presidente dos Estados Unidos faz sua apresentação anual ao Congresso.
Obviamente, não basta haver uma mudança na oferta de espaço pela mídia, é preciso que haja vozes de oposição com peso suficiente para serem ouvidas e se fazerem respeitar. Sem esquecer que nas democracias a voz que pesa politicamente é a de quem busca o voto para se tornar poder.
SOCIÓLOGO,  FOI  PRESIDENTE DA REPÚBLICA

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Circulação de jornais cresce 3,8% no quadrimestre


Segundo IVC, média diária de exemplares aumentou para 4,583 milhões

SÃO PAULO — A circulação paga de jornais no país cresceu 3,8% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2011. De acordo com números apurados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), a média diária passou de 4.417.771 exemplares, entre janeiro e abril do ano passado, para 4.583.914 este ano. Foi a primeira vez que a circulação média ultrapassou a marca dos 4,5 milhões de exemplares por dia.

O levantamento de 2011 contabilizou as tiragens de 98 veículos, mas este ano o número chegou a 104. Segundo o IVC, esse aumento pouco altera o resultado, já que os novos veículos incluídos são títulos pequenos. O instituto destaca ainda que os dados oficiais somente serão divulgados em julho, abrangendo todo o primeiro semestre.

Nos quatro primeiros meses do ano, alguns dos jornais de maior circulação no país apresentaram pequenas quedas na circulação média. Dos 10 maiores títulos, sete tiveram retração em vendas e assinaturas e três aumentaram as suas tiragens.

O “Super Notícias”, de Minas Gerais, aparece como o jornal de maior circulação no período, com média diária de 297.657 exemplares, mesmo tendo perdido 0,12% em relação a 2011. A “Folha de S.Paulo” recuou 3,36% e aparece na segunda posição, com tiragem média de 296.224 entre janeiro e abril. Em terceiro, vem o GLOBO, com circulação média diária de 265.940 exemplares diários no período, queda de 0,85%. E, em quarto, o “Estado de S.Paulo” registrou queda de 2,23%, para 265.940.

O “Extra”, também editado pela Infoglobo, teve aumento de 7,10% nas vendas médias e aparece como quinto no ranking dos jornais de maior circulação, com 244.846 exemplares diários. Ainda no Rio, “O Dia” aumentou em 25,43% a sua circulação, e aparece na 18 posição, com 70.557 exemplares de vendas médias diárias. Foi a maior expansão verificada entre os 20 títulos de maior circulação.

— Numa análise preliminar, pode-se dizer que o mercado continua na mesma tendência dos dois últimos anos, caracterizada pelo crescimento dos chamados títulos populares, com preço de capa de até R$ 1. E os títulos tradicionais e jornais de cidades médias, com preço de capa entre R$ 1 e R$ 2, mostram estabilidade, já que as variações em suas tiragens, na maioria dos casos, são muito pequenas — avalia Pedro Silva, diretor executivo do IVC

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