domingo, 26 de maio de 2013

It Girls – E mais uma vez vemos a vingança das marcas…



© Sangue Bom – TV Globo
Amora, nova personagem de Sophie Charlotte na novela Sangue Bom, é uma It Girl. Bem antes da novela estrear a Globo fez seu dever de casa e inseriu na programação várias matérias explicando o que é It Girl, curiosidades sobre essa tribo, etc., tudo muito bem feito, como sempre (padrão Globo).
Sempre que estreia novela nova ou quando ela “engrena” surgem gírias, expressões, bordões, etc. e, claro, moda! Sapatos, acessórios, bolsas, cabelos… As novelas sempre lançam moda, criam estilos, tudo relacionado ao mundo fashion.
Nada mais natural que uma personagem que é “ícone” no mundo fashion criar um modismo instantâneo: It Girl virou marca!
Até O Boticário já pediu registro da “sua” It Girl (It Girl O Boticário – processo 904125777), agora imagine se você tivesse o timing perfeito e, antes de todo mundo, registrasse essa marca antes de virar moda, antes de virar tema de novela e antes de ser badalada nas revistas?
Pois isso aconteceu! A empresa Nova Tri Comércio de Confecções Ltda pediu o registro da marca “It Girl” na poderosa NCL 25! Não conhece? A NCL 25 é a classe que reúne todo tipo de confecções, inclusive moda praia e também calçados, todos os tipos de calçados – daquela bota “rosa chiclete” até o mais clássico scarpin – é a “nata” do mundo fashion.
Eles pediram o registro em 2009 e em 16/08/2011 o INPI considerou a marca viável, sua única ressalva foi não dar exclusividade do termo “girl” isoladamente, ou seja, “It Girl” seria exclusivamente sua, bastava pagar as taxas finais.
E sabe o que aconteceu?
Como vocês podem ver na ilustração, eles NÃO PAGARAM as taxas finais e sabe o que isso significa? Que a marca voltou a ficar disponível para outra empresa registrar. Eles perderam os direitos sobre essa marca, ou melhor, nunca os tiveram pois não houve a concessão da marca.
Eu já falei aqui sobre a vingança das marcas abandonadas, lembram? Essa foi outra vingança cruel.
Hoje, se a empresa tivesse esse registro, poderia negociar de diversas formas, vender é a forma mais simples e burra, mas que dá menos stress, mas a forma mais inteligente (e trabalhosa) seria licenciar a marca, poderiam fazer um acordo com a própria Globo, quem sabe?
Provavelmente perderam – no mínimo – algumas centenas de milhares de reais, talvez mais de um milhão, talvez muito mais… Vai saber, né?
Agora há uma disputa entre várias marcas sobre esse termo e, com a super exposição que essa expressão está tendo, ainda há o risco do INPI considerar o termo de “uso comum” e ninguém ter exclusividade, o que será um desastre para todos.
Esse tipo de oportunidade surge e é perdida toda semana, há um grande espaço para INVESTIDORES formarem um clube de investimento ou algo assim para compra de marcas que os titulares não tem mais interesse e depois fazer a gestão dessas marcas, licenciá-las…
Um dia o mercado estará maduro o suficiente para isso, espero estar por aqui para ver esse momento.

Colaboração: Lívia Boeschenstein

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