segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pesquisa: 38% das crianças com menos de 2 anos usam tablets ou smartphones



Em 2011, percentual era de apenas 10%. Tempo médio de uso diário triplicou em dois anos
Tablets podem trazer benefícios educativos, mas uso como babá eletrônica é prejudicial THOMAS PETER/REUTERS

Tablets podem trazer benefícios educativos, mas uso como babá eletrônica é prejudicial
Foto: THOMAS PETER/REUTERS
NOVA YORK - Os tablets e smartphones estão cada vez mais presentes nas vidas das pessoas, inclusive das crianças. De acordo com estudo conduzido nos EUA pela organização Commom Sense Media, 38% das crianças com menos de 2 anos já usaram algum desses dispositivos móveis para jogar, ver vídeos ou consumir outras formas de mídia. Em 2011, o percentual chegava a apenas 10%.
- É um sinal que a geração digital chegou – afirmou Jim Steyer, diretor executivo da organização.
O estudo mostra que o uso de dispositivos móveis entre crianças vem avançando rapidamente, enquanto outras mídias continuam estáveis ou até mesmo recuam. Entre os menores de 2 anos, a televisão manteve seu percentual de audiência em 66% em 2011 e 2013. O uso de computadores cresceu de 4% para 10%; e os DVDs perderam espaço, de 52% para 46%.
Não apenas mais crianças estão usando tablets e smartphones, como o tempo de uso também aumentou. Em 2011, o tempo médio diário gasto com esses dispositivos entre crianças de até 8 anos era de 5 minutos. Na pesquisa deste ano, o tempo subiu para 15 minutos.
- Nós estamos vendo uma mudança fundamental em como as crianças consomem mídia. Bebês que ainda não falam, andam até uma tela de TV e tentam navegar como se fosse um iPad – disse Steyer.
A Academia Americana de Pediatria recomenda que os pais devem evitar que as crianças com menos de 2 anos tenham contato com todos os tipos de telas. Contudo, Steyer considera essa posição como conservadora, mas alerta para o uso excessivo. Segundo ele, tablets podem ser excelentes ferramentas educativas, mas não devem ser usadas como babás eletrônicas. Tanto o conteúdo, como o tempo de uso, devem ser vigiados de perto.
Com cada vez mais crianças tendo acesso a esses dispositivos, a organização faz um apelo para que produtores de aplicativos e conteúdo assumam uma postura “ética e responsável”, criando aplicações que não estimulem o vício, que tenham viés educativo e respeitem a privacidade das famílias.
- Essa tendência representa uma grande oportunidade para a indústria de tecnologia, mas causa um impacto profundo sobre as crianças e as famílias. Temos que usar esses dispositivos com sabedoria – afirmou Steyer.

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