Revista 'Economist' afirma que novas estratégias recuperaram receitas com circulação nos EUA
LONDRES A revista britânica "Economist" em sua presente edição evocou Clark Kent, o alter ego do Super-
Homem - na recente edição dos quadrinhos em que ele pede demissão do fictício "Daily Planet" porque o
jornal desistiu de fazer reportagens -, para perguntar: será que o jornalismo impresso vai tão mal das pernas
que até os super-heróis o estão abandonando? Mas, ao fazer um balanço do setor para responder a esta
questão, a revista conclui, focando sobretudo nos EUA, que após anos seguidos de retração os números
enfim dão algum alento.
Com novas estratégias para obter recursos, a indústria de jornais vem conseguindo se reciclar. A "Economist"
lembra que desde 2006, quando em uma capa de sua edição perguntou o que "havia matado os jornais", o
setor só viu a situação piorar. Os "anúncios despencaram. Leitores continuaram migrando para edições on-
line. As receitas seguiram em queda, para apenas US$ 34 bilhões nos EUA ano passado - cerca de metade
do que era em 2000".
Cobrança por conteúdo
Agora, as coisas estão menos cinzentas, diz a "Economist". As receitas com anúncios permanecem em
queda, mas os números de circulação começaram a se estabilizar. Em alguns jornais, como o "New York
Times", prevê-se que os recursos provenientes de sua circulação este ano deverão compensar as perdas com
anúncios pela primeira vez em cinco anos. A estratégia do "Times", de permitir o acesso a um determinado
número de artigos, antes de começar a cobrar, parece ter acertado o alvo: a circulação subiu de 29%, em
2001, para 55% no terceiro trimestre deste ano.
E esse quadro otimista já se reflete nas ações de alguns jornais e editoras. Nos últimos seis meses, os preços
dos papéis da New York Times Company subiram 37%. Os da Gannett e McClatchy, duas outras importantes
editoras, avançaram 34% e 24%, respectivamente. A revista lembra que em maio a Berkshire Hathaway, firma
do magnata Warren Buffett, comprou uma série de jornais regionais do Media General, o que gerou rumores
de que o megainvestidor estaria apostando numa melhora de cenário.
O número de jornais nos EUA que estabeleceram algum tipo de cobrança por acesso a conteúdo dobrou este
ano, afirma a "Economist", acrescentando que esta é uma tendência global: "jornais em Brasil, Alemanha e
em outros lugares estão cheios de ceder gratuitamente seus artigos na internet."
A revista britânica alerta que, para cobrar por conteúdo on-line, os jornais precisam ter conteúdo para
oferecer, e isso se tornais mais difícil para aqueles veículos que reduziram muito suas equipes, tornando-se
O número de jornais nos EUA que estabeleceram algum tipo de cobrança por acesso a conteúdo dobrou este
ano, afirma a "Economist", acrescentando que esta é uma tendência global: "jornais em Brasil, Alemanha e
em outros lugares estão cheios de ceder gratuitamente seus artigos na internet."
A revista britânica alerta que, para cobrar por conteúdo on-line, os jornais precisam ter conteúdo para
oferecer, e isso se tornais mais difícil para aqueles veículos que reduziram muito suas equipes, tornando-se
"fantasmas jornalísticos". A "Economist" faz uma comparação com o rádio nos anos 1950, depois que a TV se
tornou popular. Após uma queda inicial, as receitas com anúncios se estabilizaram num patamar mais baixo
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