quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Governo promete digitalização de cinemas até 2014




ANDRÉ MIRANDA (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER)
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RIO - Atrasado no processo de digitalização dos cinemas, o governo definiu uma nova meta para que todas as salas do país recebam equipamentos digitais e aposente definitivamente os projetores analógicos: 2014. A data foi estipulada ontem, num evento no Rio em que foi anunciada uma nova linha de investimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) no valor de R$ 140 milhões — haverá, ainda, um aporte não reembolsável de R$ 6 milhões para empresas exibidoras de pequeno porte. O recurso será todo voltado para que os cinemas brasileiros possam instalar novos equipamentos: hoje, apenas 30% das cerca de 2.500 salas nacionais estão digitalizados, um percentual bem abaixo dos quase 70% da média mundial.
O custo da digitalização será pago ao longo dos anos seguintes em parte pelos próprios exibidores, em parte pelas empresas distribuidoras. O modelo adotado pelo Brasil é o do VPF (Virtual Print Fee), comum em outros países, em que o distribuidor faz um pagamento por cada filme que seja beneficiado pelas salas digitais. O retorno do financiamento ao governo terá uma carência de até 24 meses e será isento de juros para grupos exibidores com menos de dez salas. Para aqueles com mais de dez salas, os juros serão de 3%.
O agente financeiro do programa será o BNDES, e a proposta ainda será beneficiada pela desoneração fiscal na compra de equipamentos permitida pelo Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine), em vigor desde o ano passado.
— A meta de 2014 é ambiciosa, mas é possível. A linha só está sendo lançada agora porque, no ano passado, sentimos que era preciso mais articulação entre exibidores, distribuidores e os integradores (agentes econômicos que vão intermediar a negociação) — explicou Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional de Cinema, órgão que gerencia do Fundo Setorial do Audiovisual. — Hoje, podemos dizer que vamos trabalhar para que nenhuma sala feche neste processo de digitalização. E esperamos ter, até 2015, 3.250 salas de cinema no Brasil.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, também participou do evento de anúncio do investimento na digitalização, mas acabou deixando o local irritada com jornalistas. A razão foram perguntas sobre a situação da sede da Biblioteca Nacional, no Rio, com problemas estruturais e sem ar-condicionado desde maio do ano passado.
— Vocês só querem falar de coisas ruins — disse Marta, antes de virar as costas e sair, recusando-se a avaliar a ameaça de greve por parte dos servidores da Biblioteca e também se negando a dar um prazo para o conserto da refrigeração.

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