segunda-feira, 10 de junho de 2013

Para programadores norte-americanos, mudanças da era digital trouxeram benefícios

TELA VIVA

Cable 2013

Em debate com programadores na abertura do evento Cable 2013, que acontece esta semana em Washington, alguns dos principais grupos atuantes no mercado norte-americano procuraram mostrar que o processo de mudanças pelo qual o mercado de TV paga (e de distribuição de conteúdos em geral) tem passado nos últimos anos tem sido positiva para empresas que atuam na área de programação, ainda que isso não ganhe o destaque nos noticiários. Matthew Blank, CEO da Showtime, sintetizou da seguinte forma essa situação. "Em geral as pessoas gostam muito de discutir sobre novidades que não têm receita e não têm margem, um pouco sobre coisas que têm receita mas não têm margem, mas não gostam muito de falar daquilo que tem receita e tem margem", disse ele, enfatizando que esse é um dos melhores momentos da indústria de conteúdos.

Para Joshua Sapan, CEO da AMC, as novas plataformas de entrega de conteúdo, seja na forma de conteúdos sob demanda, seja na forma de distribuição online, têm ajudado no aumento da audiência dos canais, ajudado no engajamento dos telespectadores durante as temporadas e garantido uma sobrevida a conteúdos de acervo, já exibidos. "Hoje, temos audiências muito altas em temporadas já exibidas na véspera do início de novas temporadas".

Mas os programadores também apontaram uma mudança profunda na forma como as pessoas assistem. No caso do Showtime, por exemplo, entre 60% e 70% da audiência dos novos programas já não acontece no ato da estreia, mas sim posteriormente, na forma de catch-up (como conteúdo recuperado sob demanda) ou por meio de DVR.

Para a presidente da Disney/ABC, Anne Sweeney, a grande mudança enfrentada no mercado de programação é a "perda de controle" sobre a programação. "Hoje, os consumidores conseguem nos dizer de maneira muito mais efetiva aquilo que eles querem, porque imediatamente conseguem buscar nas plataformas digitais aquilo que não estão conseguindo pela forma tradicional", diz ela, ressaltando também o papel fundamental que as redes sociais têm na formatação dos hábitos de audiência.

Samuel Possebon, de Washington
Contribuição: Juliana Loyola

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