RIO – Em um mundo cada vez mais digital, o jornal impresso continua interessante e crucial para o mercado publicitário. Segundo especialistas, credibilidade e público selecionado são fatores que fazem com que o meio continue relevante. Dados do Projeto Inter-Meios, coordenado pelo grupo Meio & Mensagem (M&M) em parceria com a PricewaterhouseCoopers (PwC), mostram que o investimento de publicidade no setor cresceu 9% entre 2007 e 2012, acumulando R$ 3,39 bilhões no ano passado, o equivalente a 11% do mercado, mantendo o segmento como o segundo preferido pelos anunciantes, perdendo apenas para os 65% da TV aberta.
Para Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a tendência é que o investimento no meio continue crescendo nos próximos anos, principalmente por causa da credibilidade do meio.
— O que mais atrai é a credibilidade do veículo. É o reconhecimento de que o jornal pauta os comentários, pauta outros meios e vai para as conversas no Twitter e Facebook — afirma Luiz Lara.
O publicitário Armando Strozemberg, no mercado há mais de 30 anos, destaca a capacidade do meio de falar para um público mais identificado com a marca.
— Os jornais estão entre as categorias de veículos mais calibradas no quesito de conhecer a sua audiência com mais profundidade — diz Strozemberg.
O investimento publicitário no segmento tem tido crescimento abaixo da média do mercado nos últimos anos, mas mantém tendência de alta consistente. Em 2012 foi de 0,67%. Já em 2010 e 2011, foi de 3,4% e 3,8%, respectivamente. Para Strozemberg, os dados refletem o papel do jornal no mercado.
— Ficaria mais preocupado se fosse um salto muito grande. O crescimento contínuo mostra que ele tem fundamento e está em linha com a relação que o meio tem com o leitor — avalia.
‘O que vale é a marca’
José Carlos Salles Neto, presidente do grupo Meio & Mensagem, destaca a importância da presença multiplataforma. Segundo ele, o prestígio de um jornal o acompanha em qualquer suporte:
— A mídia cada vez mais tem um projeto 360º. De alguma maneira, a campanha vai chegar ao consumidor. O anunciante tem que ficar atento para obter melhores resultados utilizando as disponibilidades que ele tem, que formam esse mundo de plataforma de mídia — afirma Salles Neto.
— O que vale é a marca. O anunciante busca alinhar o prestígio da própria marca com o do veículo. Isso vai continuar, com o conteúdo e qualidade na mídia digital — acrescenta Luiz Lara, da Abap.
Ronaldo Rangel, presidente da Associação Brasileira de Propaganda (ABP), confirma a tendência, destacando que a estratégia é de convergência:
— Nenhum consumidor de produtos ou serviços é usuário de apenas um meio de comunicação. Para ter a melhor interação com o consumidor são utilizadas várias mídias complementares, mesclando meios e veículos.
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