Fundador da Amazon compra o Washington Post, um dos mais tradicionais jornais americanos
São Paulo - O jornal americano Washington Post anunciou na tarde desta segunda-feira que foi comprado por 250 milhões de dólares pelo bilionário Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da Amazon.
Leia Mais
- 06/08/2013 | Cyrela conclui aquisição de 50% de shopping em SP
- 06/08/2013 | Brasil deve ter mais impacto no BBC World News
- 06/08/2013 | Blackstone avalia venda da rede de hotéis por US$ 4,5 bi
- 06/08/2013 | Camil compra produtora de arroz na Argentina
Bezos comprou o jornal diário e todas as suas publicações como pessoa física - a Amazon não tem relação com o negócio, que deve ser concluído em 60 dias. A Post Co. vai mudar para um nome ainda não decidido e deve continuar como uma empresa pública mesmo sem o jornal.
A empresa tem expandido os negócios fora da mídia nos últimos anos, e atualmente 55% de suas operações estão na área de educação. O Post contribuía atualmente com apenas 14% dos negócios, perdendo dinheiro. Em 2012, sangrou 53,7 milhões de dólares, depois de um prejuízo de 21,2 milhões em 2011, segundo dados do Wall Street Journal.
"Todos os membros da minha família tiveram a mesma emoção - choque - em simplesmente pensar" em vender o Post, disse Donald Graham, o presidente-executivo da Post Co., em entrevista nesta segunda. "Mas quando a transação com Jeff Bezos apareceu, isso alterou meus sentimentos. O Post poderia ter sobrevivido em posse da companhia e lucrativo em um futuro próximo. Mas nós queríamos mais do que sobreviver. Não estou dizendo que isso garante o sucesso, mas nos dá uma chance maior."
O Post foi fundado em 1877 e tem sido controlado pela família Graham desde 1933. A publicação já venceu 47 prêmios Pulitzer e esteve envolvida em furos jornalísticos históricos como a revelação dos papéis do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã em 1971, o escândalo de Watergate no ano seguinte (que levou à queda do presidente Nixon) e as revelações de Edward Snowden sobre a espionagem americana já em 2013.
Assim como outros jornais, o Washington Post sofreu com o novo cenário de mídia criado pela internet. A divisão de jornais da empresa, liderada pelo Washington Post, sofreu uma queda de 44% em receita operacional só nos últimos seis anos.
Executivos da companhia revelaram ao Post que a firma Allen & Co. havia sido contratada com grande discrição por Graham para vender a publicação. Meia dúzia de potenciais compradores foram sondados até que o conselho da companhia decidiu por Bezos, que nunca operou um jornal. Graham e Bezos são amigos de longa data.
Não há demissões previstas entre os mais de 2 mil funcionários e a editora e executiva-chefe Katharine Weymouth, sobrinha de Graham, deve manter seu cargo. Ela diz que Bezos "é tudo que nós estávamos procurando - um líder dos negócios com um histórico de empreendedorismo que acredita em nossos valores e se importa com o jornalismo, e alguém que estava disposto a pagar um valor justo para nossos acionistas".
Jeff Bezos, de 49 anos, ficou em 19o lugar no último ranking da Forbes dos mais ricos do mundo, com fortuna estimada em 25,2 bilhões de dólares. Em carta aberta aos empregados do Post, ele disse que não deve liderar o jornal no dia-a-dia e prometeu manter os valores da publicação intactos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário