domingo, 15 de setembro de 2013

Capital do cinema, Rio quer ter metade dos estúdios do país



Expansão do Polo Cine & Vídeo, na Barra, e construção da Cidade do Audiovisual, espaço que vai substituir quartel da Guarda Municipal em São Cristóvão, vão aumentar capacidade de produção

Além de estúdios, Sérgio Sá Leitão promete pós de roteiro com professores da Columbia Foto: Paula Giolito / Agência O Globo
Além de estúdios, Sérgio Sá Leitão promete pós de roteiro com professores da Columbia Paula Giolito / Agência O Globo
RIO - Nos preparativos para receber os Jogos Olímpicos de 2016, o Rio prevê novos equipamentos esportivos, mais estações de metrô e uma estrutura hoteleira robusta para dar conta de todos os visitantes que virão à cidade. Mas prevê, também, um grande incremento em sua capacidade em receber produções audiovisuais: com a expansão do Polo Cine & Vídeo, na Barra, e a construção de um novo espaço de produção, a Cidade do Audiovisual, em São Cristóvão, a expectativa da prefeitura é que a cidade concentre mais de 50% da área de estúdios independentes do país. Hoje, essa capacidade é de 29%.
Até o fim do mês, a RioFilme, órgão da prefeitura responsável pelas políticas de fomento do audiovisual na cidade, vai lançar uma licitação para escolher o novo administrador do Polo Cine & Vídeo — o contrato com a Associação das Empresas do Polo, locatária do espaço desde o início dos anos 90, expirou em março. A ideia é que sejam investidos ali R$ 80 milhões para que se dobre o número de estúdios de oito para 16.
Já a Cidade do Audiovisual, de acordo com a RioFilme, terá sua licitação de ocupação lançada até o fim do ano. Ainda não há um número exato de estúdios a serem construídos, mas já há um espaço definido: os 14 mil metros quadrados do terreno do quartel da Guarda Municipal em São Cristóvão, que será transferido para Botafogo.
O investimento previsto para o vencedor da licitação é de R$ 25 milhões. O espaço passará a abrigar, ainda, a RioFilme e a RioFilme Comission — que hoje funcionam nas Casas Casadas, em Laranjeiras — e terá também quatro salas de cinema.
— A ideia é que o Polo esteja mais voltado para cinema e publicidade, enquanto que a Cidade do Audiovisual seja desenhada para abrigar mais as produções de TV — explica Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme e secretário municipal de Cultura. — Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, haverá um aumento na demanda por estúdios e profissionais de audiovisual na cidade. Já estamos fazendo parcerias para a capacitação de pessoal, e vamos investir em infraestrutura. Teremos, no ano que vem, por exemplo, uma pós-graduação de roteiro na PUC do Rio, ministrada por oito professores da Universidade de Columbia, de Nova York.
Investimentos privados
De acordo com dados da RioFilme, o Rio possui hoje 3.500 metros quadrados de estúdios para produção audiovisual independente — o que exclui o Projac, estúdio da Rede Globo, e o RecNov, da Rede Record. É uma área que representa, de acordo com a RioFilme, 29% da capacidade de estúdios independentes do país e está toda concentrada no Polo Cine & Vídeo.
Com a ampliação do Polo e a construção da Cidade do Audiovisual, a capacidade de estúdio da cidade saltaria para 11 mil metros quadrados, o que representaria 57% da área para a produção independente brasileira. Os investimentos para a expansão serão todos feitos com dinheiro privado, sob responsabilidade das empresas vencedoras das licitações. A meta da prefeitura é que todos os estúdios estejam em pleno funcionamento até julho de 2016, mas eles serão abertos conforme forem construídos.
— No caso da Cidade do Audiovisual, o prédio já existe, então serão apenas obras para adaptação — diz Sá Leitão. — Estamos num momento em que os mercados de cinema e de TV estão crescendo, então é um contexto favorável para a expansão dos estúdios.

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