Expansão do Polo Cine & Vídeo, na Barra, e construção da Cidade do Audiovisual, espaço que vai substituir quartel da Guarda Municipal em São Cristóvão, vão aumentar capacidade de produção
RIO - Nos preparativos para receber os Jogos Olímpicos de 2016, o Rio prevê novos equipamentos esportivos, mais estações de metrô e uma estrutura hoteleira robusta para dar conta de todos os visitantes que virão à cidade. Mas prevê, também, um grande incremento em sua capacidade em receber produções audiovisuais: com a expansão do Polo Cine & Vídeo, na Barra, e a construção de um novo espaço de produção, a Cidade do Audiovisual, em São Cristóvão, a expectativa da prefeitura é que a cidade concentre mais de 50% da área de estúdios independentes do país. Hoje, essa capacidade é de 29%.
Até o fim do mês, a RioFilme, órgão da prefeitura responsável pelas políticas de fomento do audiovisual na cidade, vai lançar uma licitação para escolher o novo administrador do Polo Cine & Vídeo — o contrato com a Associação das Empresas do Polo, locatária do espaço desde o início dos anos 90, expirou em março. A ideia é que sejam investidos ali R$ 80 milhões para que se dobre o número de estúdios de oito para 16.
Já a Cidade do Audiovisual, de acordo com a RioFilme, terá sua licitação de ocupação lançada até o fim do ano. Ainda não há um número exato de estúdios a serem construídos, mas já há um espaço definido: os 14 mil metros quadrados do terreno do quartel da Guarda Municipal em São Cristóvão, que será transferido para Botafogo.
O investimento previsto para o vencedor da licitação é de R$ 25 milhões. O espaço passará a abrigar, ainda, a RioFilme e a RioFilme Comission — que hoje funcionam nas Casas Casadas, em Laranjeiras — e terá também quatro salas de cinema.
— A ideia é que o Polo esteja mais voltado para cinema e publicidade, enquanto que a Cidade do Audiovisual seja desenhada para abrigar mais as produções de TV — explica Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme e secretário municipal de Cultura. — Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, haverá um aumento na demanda por estúdios e profissionais de audiovisual na cidade. Já estamos fazendo parcerias para a capacitação de pessoal, e vamos investir em infraestrutura. Teremos, no ano que vem, por exemplo, uma pós-graduação de roteiro na PUC do Rio, ministrada por oito professores da Universidade de Columbia, de Nova York.
Investimentos privados
De acordo com dados da RioFilme, o Rio possui hoje 3.500 metros quadrados de estúdios para produção audiovisual independente — o que exclui o Projac, estúdio da Rede Globo, e o RecNov, da Rede Record. É uma área que representa, de acordo com a RioFilme, 29% da capacidade de estúdios independentes do país e está toda concentrada no Polo Cine & Vídeo.
Com a ampliação do Polo e a construção da Cidade do Audiovisual, a capacidade de estúdio da cidade saltaria para 11 mil metros quadrados, o que representaria 57% da área para a produção independente brasileira. Os investimentos para a expansão serão todos feitos com dinheiro privado, sob responsabilidade das empresas vencedoras das licitações. A meta da prefeitura é que todos os estúdios estejam em pleno funcionamento até julho de 2016, mas eles serão abertos conforme forem construídos.
— No caso da Cidade do Audiovisual, o prédio já existe, então serão apenas obras para adaptação — diz Sá Leitão. — Estamos num momento em que os mercados de cinema e de TV estão crescendo, então é um contexto favorável para a expansão dos estúdios.
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