segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Indústria de mídia passa por transformação no mundo todo

Mais de um terço dos jornais americanos já adotaram algum modelo de cobrança de conteúdo

RIO — Segundo Ken Doctor, analista de novas indústrias da Outsell Research e autor do livro “Newsonomics”, que lista as tendências do jornalismo na era digital, mais de um terço dos jornais americanos já adotaram algum modelo de cobrança de conteúdo:

— A distribuição digital trouxe novos ares à indústria de mídia e a audiência para notícias nunca foi tão grande. Os leitores estão aceitando que conteúdo digital tem valor real e estão dispostos a pagar por ele. O mito de que informação deve ser grátis hoje não faz sentido, pois já existe uma consciência bem clara de que produzir conteúdo jornalístico de qualidade é caro e dá muito trabalho.
Na avaliação de Ken Doctor, o fato de que a receita de assinatura do jornal já é maior do que a gerada com publicidade levará, em abril de 2014 o ‘NYT’ a flexibilizar ainda mais seu modelo, com diversas modalidades de cobrança. “Será o início da era do paywall 2.0”, prevê.
Para Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para Jornalismo nas Américas e professor da Escola de Jornalismo da Universidade do Texas, o novo modelo de oferta de conteúdo é um bom passo adotado pela indústria de mídia em todo o mundo. “Hoje o mercado está mais maduro e a tecnologia evoluiu, permitindo criar sistemas que antes seriam impossíveis. O ‘New York Times’, o ‘El País’ e vários outros fizeram suas tentativas iniciais sem sucesso. Só nos últimos dois anos é que se chegou a um modelo que vem registrando bons resultados”.
Uma das vantagens desse sistema, segundo ele, é o fato de permitir o acesso a uma audiência bastante volumosa, mas que busca o site pontualmente, a partir de ondas nas mídias sociais.
— Essa nova fórmula permite que os jornais estejam nos dois mundos ao mesmo tempo — afirmou.

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